Fibrina Rica em Plaquetas injetável (i-PRF): caracterização celular,Morfológica e proteica
i-PRF, Fibrina rica em plaquetas, cicatrização, fatores de crescimento.
Um dos grandes desafios da investigação clínica trata-se do desenvolvimento de novos biomateriais que auxiliem a regeneração tecidual e acelerem o processo de cicatrização. Estudos experimentais demonstram o efeito da fibrina rica em plaquetas (PRF)nas técnicas de regeneração tecidual otimizando o processo de reparo; podendo ser utilizada na forma líquida (i-PRF). O objetivo dessa pesquisa foi determinar a composição celular do i-PRF, caracterizar sua morfologia a nível microscópico e investigar a expressão de proteínas envolvidas no processo de reparo e avaliar sua interação com um material biocerâmico a partir de um modelo in vitro. Materiais e métodos: Foram colhidas amostras sanguíneas de 15 voluntários humanos para comparação dos constituintes celulares entre o i-PRF e o sangue periférico. Amostras de i-PRF e de coágulos sanguíneos foram cultivadas in vitro durante 10 dias. O sobrenadante das amostras foi colhido nos intervalos 1h, 8h, 24h, 3 dias e 10 dias para quantificação dos fatores de crescimento PDGF-AB e VEGF por ELISA. Amostras foram tratadas histologicamente para caracterização morfológica e submetidas à metodologia imuno-histoquímica para marcação das proteínas IL-10, OC e TGF-β. Investigou-se a expressão gênica do fator de transcrição Colágeno tipo 1. Foram preparadas amostras do i-PRF misturadas com cerâmica bioativa granulada (HA/β-TCP) para avaliação da interação entre esses compostos através MEV. Resultados: Observou-se maior concentração de leucócitos (8.124 ± 1.419) e plaquetas (3.96x105 ± 0.72) no i-PRF em comparação ao sangue periférico (p <0.001), com uma maior proporção de linfócitos (60%) no i-PRF. Maiores níveisde VEGF foram liberados a partir do coágulo sanguíneo (1933 ± 704) em comparação com i-PRF (852 ± 376; p <0.001); não foram observadas diferenças entre os níveis de PDGF-AB (p>0.05) . Ensaio imuno-histoquímico demonstrou expressão para TGF-β, IL-10 e Osteocalcina no grupo i-PRF. Análises por RT-PCR demonstraram aumento da expressão de Colágeno tipo 1 no grupo do i-PRF(p˂0.05). Microscopicamente observou-se a formação de grandes aglomerados de plaquetas e fibrina e uma rede de fibrina em distribuição tridimensional espacial e homogênea. As imagens por MEV apresentaram boa integração entre os grânulos de cerâmica e a malha de fibrina formada pelo i-PRF. Conclusões: Ao descrever e analisar as propriedades morfológicas e biológicas do i-PRF in vitro, podemos entender melhor seus efeitos clínicos e desenvolver diretrizes para futuras aplicações terapêuticas.