O CORPO E LINGUAGEM: UM OLHAR FENOMENOLÓGICO SOBRE DANÇAS NA CULTURA JUDAICA
Corpo; Cultura; Símbolos; Dança; Educação Física
A Educação Física tornou-se uma área de estudos diversos do corpo e de suas práticas corporais a partir da cultura de movimento que atravessa a saída do olhar para este corpo mecânico ao encontro de um corpo-sujeito, integral e considerado em sua amplitude, não mais fragmentado e descontextualizado. Esta relação do corpo integral nos levou aos estudos e pesquisa referente a esta dissertação, partindo do ponto chave: corpo, ao encontro das práticas corporais que o envolvem, encontramos na dança caminhos e trilhas para adentrar nos aspectos que transformam este corpo-objeto em um corpo sujeito. A dança em seus processos corporais que atravessam a cultura, o simbólico, a estética, a estesia do corpo e a história que envolvem o homem que a vive e experiencia a cada coreografia, movimento e gestos. Não obstante os processos que envolvem este corpo nosso objetivo foi adentrar na perspectiva da linguagem do corpo na dança, de forma específica, as Danças da Cultura Judaica, um universo rico em símbolos, sentidos e significados, que trazem as Danças Circulares Sagradas para um possível encontro com a Educação Física. Nosso objetivo foi encontrar esta linguagem corporal a partir das danças imersas no espetáculo para encontrar estes caminhos para diversidade de vivencias e práticas corporais na área. Como suporte metodológico nos apoiamos na Fenomenologia através do olhar de Merleau-Ponty, através da descrição, redução e interpretação das cenas do espetáculo, onde encontramos o corpo na dança a partir de um emaranhado de sentidos e significados. Para Nóbrega (2010) utilizar o método fenomenológico é realçar uma ação de envolvimento com o mundo e com a experiência vivida a partir das etapas que envolvem o processo, como uma via de compreensão dos sentidos que estão imbricados nestas vivencias. No capítulo 1 partimos da visão histórica da dança, sua origem, os primeiros gestos e movimentos, bem como a origem histórica das danças a serem estudadas. No capítulo 2 traçamos um caminho pelos conceitos e transformações destes corpos envolvidos, sujeitos e próprios em uma visão integral para o encontro com as danças da cultura judaica. Ainda adentramos nas DCJ com o objetivo de compreende-las seja em suas origens, seja na atualidade. No capítulo 3 descrevemos o espetáculo, a partir do método fenomenológico, onde passamos a compreensão do corpo sujeito e da linguagem corporal imersas nas danças, na cultura judaica e no simbólico, as danças, os figurinos, os cenários, os gestos e os movimentos. Consideramos que as danças da cultura judaica estão imersas em sua dimensão do sagrado, porém não as limitamos como vias para as práticas corporais, visto que a cultura, a estesia e o simbólico envolvidos nos permitem adentrar nas concepções de cultura aberta (ZUMTHOR, 1993), a fim de construir novos caminhos e práticas corporais para Educação Física, a partir do ensino, das vivencias, da saúde e da qualidade de vida, bem como para ampliar as discussões do corpo não dualista a partir de um olhar sensível na área.