ASSOCIAÇÃO DOS SINTOMAS FÍSICOS DA COVID LONGA COM COMPORTAMENTO DE MOVIMENTO E FUNÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO TRANSVERSAL MULTICÊNTRICO
Síndrome Pós-COVID-19 Aguda. Capacidade funcional. Aptidão Cardiorrespiratória. Equilíbrio Postural. Força muscular.
A COVID longa é compreendida como a permanência dos sintomas após 4 semanas do início da infecção por COVID-19. Ainda não está claro quais sintomas físicos e se a combinação entre eles se associa com os componentes do comportamento de movimento (tempo sedentário e atividade física) e função física (capacidade cardiorrespiratória, força muscular e agilidade/equilíbrio dinâmico). Esse estudo objetiva investigar a associação entre sintomas físicos com comportamentos de movimento medidos objetivamente por acelerometria e função física em adultos com COVID longa. Um total de 94 adultos com COVID longa (49,1 ± 13,2 anos; sexo feminino: 58,9%; 29,7 ± 6,3; tempo de COVID-longa: 12,9 ± 8,1 meses) foram incluídos neste estudo transversal multicêntrico (Natal, Fortaleza e Florianópolis). Resultado: houve associação inversa da fadiga (β = -4807; IC95% = -7641; -1972), do mal-estar pós esforço (β = -2.852; IC95% = -4582; -1122) e a quantidade de sintomas (2 sintomas:β = -3854; IC95% = -6876; -833. 3 sintomas: β = -4927; IC95% = -7907; -1946. 4 sintomas: β = -5135; IC95% = -8078; -2193) com a quantidade de passos por dia. A presença de fadiga se associou com melhor função física (p<0,05). Conclusão: maior fadiga, dispneia e quantidade de sintomas físicos da COVID longa se associaram negativamente com a quantidade de passos por dia. Entretanto, a presença de fadiga, mas não outros sintomas, se associou com melhor função física. Nossos achados preliminares demonstram a complexa interação entre sintomas físicos da COVID longa com comportamentos de movimento e função física em sobreviventes da COVID-19.