AS POSSIBILIDADES DE EXPRESSÕES DA APRENDIZAGEM DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: SILÊNCIO, TATUAGEM E COMUNICAÇÃO
Pessoa com Deficiência Intelectual, Aprendizagem, Mídia-Educação, Comunicação.
Atualmente é muito difícil a relação com o próximo, sobretudo aquele que pensa, age ou é diferente. Especificamente a pessoa com deficiência intelectual esta dificuldade tem sido uma constante, pois a desconfiança, a exclusão e o olhar de menosprezo enriquecido pelo censo de incapacidade, tem sido pautado como via de regra no convívio social. A problemática desta investigação se estabeleceu em como a pessoa com deficiência intelectual expressa suas aprendizagens através das diversas linguagens sobre a prática esportiva, bem como questionar como o processo pedagógico das intervenções pode contribuir para a formulação de sentido e significado da prática esportiva através da mídia-educação. A pesquisa teve como objetivo compreender expressões de aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual, no contexto das práticas esportivas, a partir da mídia-educação. Do ponto de vista metodológico o estudo se baseou em características das técnicas da etnopesquisa crítica, utilizando a observação participante, o diário de campo e a entrevista semiestruturada como recursos para o levantamento das informações, o campo empírico incluiu vinte e um (21) sujeitos, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos com deficiência intelectual que participaram de um projeto social esportivo, desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em Natal (RN). O estudo se enquadrou numa abordagem qualitativa, de natureza exploratória e caráter descritivo. A pesquisa aconteceu num período de onze meses, sendo nove meses de imersão do pesquisador no campo e dois meses para levantamento das informações a partir das intervenções pedagógicas. O processo interventivo aconteceu entre os meses de maio e junho do ano de 2019, totalizando cerca de dez encontros; os dois primeiros tiveram o objetivo de apresentar o estudo, os subsequentes cinco encontros, para o desenvolvimento do estudo com cinco momentos pedagógicos e os três últimos encontros para as entrevistas. Nota-se que os sujeitos que participaram da pesquisa, de forma não tradicional expressam suas aprendizagens por meio de múltiplas linguagens (desenho, pintura, fotografia e vídeo), a materialização disso está na sequência de fotografias organizadas pelos participantes, demonstrando suas compreensões dos momentos que constitui a execução do salto em distância. Os fatos mostram que a ausência da linguagem falada e/ou escrita não é um problema, pois o corpo que exibe as vivências, as experiências e o vivido, se comunica através dos multiletramentos (representações sonoras, visuais, táteis, gestuais e espaciais), assim a pessoa com deficiência intelectual é inconteste para a ampliação da forma de ouvir o outro, demarcando o enfretamento ao processo sistêmico de exclusão veladamente estabelecido.