Estudos Taxonômicos de Chlorophyllum e Macrolepiota (Agaricaceae, Basidiomycota) do Nordeste Brasileiro
Agaricales, Fungi, Neotrópico, Sistemática, Taxonomia.
A família Agaricaceae era caracterizada por apresentar fungos de basidiomas tricolomatoides ou colibioides, mas principalmente pluteoides, com 25 gêneros distribuídos nas tribos Leucocoprinae, Agariceae, Lepiotae e Cystodermatae, com ampla distribuição continental. Contudo, o conceito da família mudou, incluindo também espécies de basidioma secotioide e gasteroide divididos em 10 clados, incluindo os que compreendem os gêneros Chlorophyllum e Macrolepiota. Chlorophyllum acomoda uma espécie considerada venenosa (Chlorophyllum molybdites), enquanto que Macrolepiota contém algumas espécies apreciadas na gastronomia. Estudos envolvendo Chlorophyllum e Macrolepiota, apesar de contribuírem para uma melhor compreensão da riqueza de espécies, estão concentrados em regiões como Austrália, Ásia, Américas Central e do Norte, mas ainda pouco explorados em outras, como por exemplo no Brasil. Por conseguinte, o presente estudo se propôs a ampliar a riqueza de espécies de Chlorophyllum e Macrolepiota na região Nordeste do Brasil. Para tanto, foram realizados estudos morfológicos a partir de espécimes previamente coletados e depositados no herbário Lauro Pires Xavier – JPB (João Pessoa, Paraíba). Ademais, foram feitos testes microquímicos utilizando reagente de Melzer e azul de Cresil nos esporos, juntamente às análises moleculares que utilizaram os espaçadores transcritos internos completos ITS1 e ITS2 e 5.8S rDNA (nuc-ITSrDNA) delimitados pelos iniciadores ITS1 e ITS4 e o gene 28S rDNA ligado pelos iniciadores LR0R e o iniciador reverso LR7. Como resultado, duas espécies novas para a ciência estão sendo descritas (Chlorophyllum sp.n. e Macrolepiota sp.n.). Adicionalmente, um novo registro de Chlorophyllum molybdites para a Paraíba baseado em análise morfológica e molecular também é apresentado, contribuindo para a riqueza de espécies da região.