AVALIAÇÃO DA URBANIZAÇÃO SOBRE AS TEMPERATURAS DO AR E DE SUPERFÍCIE NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA – CEARÁ
Clima urbano. Efeito de urbanização. Teste Mann-Kendall. Land Use Land Cover. Land Surface Temperature. Normalized Difference Built-up Index.
A Região Metropolitana de Fortaleza, no estado do Ceará, apresenta população aproximada de 4,051 milhões de habitantes, sendo que mais da metade desta população se concentra em Fortaleza. A urbanização, o modo como se dá o processo de uso e ocupação do solo, propicia a formação de um clima próprio, que influencia o modo de vida da população destas áreas. O aumento da população urbana tem gerado anseios quanto ao estudo de alterações do clima em escala local e regional, na tentativa de compreender a relação entre as atividades antropogênicas e possíveis alterações no clima. Desta forma, o objetivo da pesquisa foi investigar o efeito da urbanização sobre as temperaturas do ar e de superfície na Região Metropolitana de Fortaleza–CE (estação urbana) e Jaguaruana (estação rural). Para tanto, primeiro, foram utilizados os dados observados da média mensal de temperatura do ar máxima e mínima de estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia para o período de 1980 a 2017, e imagens de satélite do Landsat 5-Thematic Mapper e Landsat 8-Operational Lande Imager/Thermal Infrared Sensor referente a julho de 2006 e agosto de 2017, respectivamente. Assim, utilizaram-se os métodos paramétricos (Regressão Linear Simples) e não paramétricos (Mann-Kendall e Theil-Sen) para a investigação de tendência de temperatura do ar nas estações urbana e rural; método de classificação supervisionada por máxima verossimilhança para mudança no uso e cobertura da terra (Land Use Land Cover); o Normalized Difference Built-up Index para mapear áreas urbanas, bem como, algumas etapas do método Surface Energy Balance Algorithms for Land foram utilizadas para a obtenção da estimativa da temperatura de superfície (Land Surface Temperature). Os resultados obtidos para a temperatura do ar mostraram que: (i) foi constatada tendência linear positiva na média da temperatura máxima para a estação urbana de 0,37°C/década, enquanto que, para a estação rural, a tendência foi positiva para a média da temperatura mínima, porém não significante estatisticamente; (ii) o efeito de urbanização em relação à média da temperatura máxima entre as estações urbana e rural foi de 0,11°C/década. (iii) Para temperatura de superfície, o ano de 2017 apresentou uma diferença de 4,5°C na temperatura entre as estações urbana e rural, visto que foi constatado por meio do Land Use Land Cover aumento do solo exposto em ambas as regiões para os anos de 2006 e 2017. (iv) por meio do Normalized Difference Built-up Index constatou-se aumento da temperatura em relação à área construída tanto para a estação urbana quanto rural, sendo esta 2,5°C mais elevada que aquela, aproximadamente. No entanto, este índice não diferencia com precisão área urbana de solo exposto, visto que essas superfícies apresentam resposta espectral semelhantes para áreas construídas.