Frugivoria em Myrtaceae nas Américas
Rede de interação; Banco de dados; Myrteae; Dispersão
Myrtaceae é uma das famílias mais ricas em espécies e desempenha um papel crucial na ecologia da região tropical, especialmente nas Américas. A tribo Myrteae em especial possui diversidade de frutos carnosos que são utilizados como recurso pela fauna, ao mesmo tempo que utiliza dos frugívoros para dispersão de suas sementes. Essa interação planta-animal afeta o sucesso evolutivo de ambas as linhagens e espera-se que essa relação explique a elevada diversidade de espécies desta família. Com isso, essa dissertação foi divida em dois capítulos. O primeiro capítulo teve objetivo de revisar o consumo de seus frutos por animais a partir de uma busca sistemática na literatura nas bases de dados Web of Science, Scopus e SciELO. Foram encontradas 324 fontes de informações as quais somaram 1858 interações de frugivoria envolvendo 200 espécies da tribo Myrteae e 292 espécies de frugívoros (152 espécies de aves, 106 de mamíferos, 17 de peixes, 8 de formigas, 8 de répteis e 1 de crustáceo). As interações ocorreram com 19 gêneros de Myrteae, sendo Eugenia o mais frequente e rico (371 registros e 65 espécies). Os estudos foram desenvolvidos do México ao sul do continente americano, abrangendo 18 países, existindo uma elevada concentração de estudos no Brasil (188 estudos de 324 encontrados). No segundo capítulo foi investigada a rede de interação formada entre os grupos de consumidores e as espécies de Myrteae, envolvendo 227 trabalhos que registraram 1044 interações entre 262 espécies de animais e frutos de 166 espécies de Myrteae. Encontramos significativa modularidade na rede e discutimos a composição dos 16 módulos. O banco de dados oferece avanço para o conhecimento das interações de frugivoria de Myrteae nas Américas e identifica lacunas de conhecimento, sugerindo direções para futuros estudos. Além disso, a análise da rede de interação sob uma perspectiva macroevolutiva irá melhorar o entendimento de como a escolha de frutos pelos frugívoros pode ter moldado a evolução e os padrões de diversificação em plantas