Variação espacial da biodiversidade arbórea Latino-americana: padrões e determinantes
Biorregionalização, América Latina, Padrões florísticos, biodiversidade arbórea, sub-regiões, unidades biogeográficas, Amazônia, Cerrado-Pantanal, flora neotropical
Biorregionalização é o esforço para identificar e mapear limites geográficos para conjuntos de biotas distintas em diferentes escalas espaciais. A delimitação das unidades biogeográficas de forma clara e baseada em dados de comunidades, pode fornecer um arcabouço para testar hipóteses e para direcionar os esforços de conservação da biodiversidade. O objetivo desta pesquisa é identificar unidades biogeográficas de plantas arbóreas na América Latina, as relações florísticas entre as unidades identificadas, e os principais fatores que impulsionam a biorregionalização. Utilizamos uma abordagem de modelagem a nível de comunidade e técnicas de classificação hierárquica e não-hierárquica para mapear as unidades biogeográficas em diferentes escalas. Esta tese está dividida em três artigos. No Artigo I, mapeamos 13 sub-regiões de plantas lenhosas para toda a extensão geográfica da Floresta Amazônica. A classificação hierárquica das sub-regiões mostrou uma ampla divisão andino-cratônica (leste-oeste). A variação das sub-regiões foi explicada por fatores humanos e estrutura espacial, seguido de fatores ambientais e estrutura espacial de forma combinada. No Artigo II, mapeamos 18 sub-regiões baseado na ocorrência de espécies e quatro sub-regiões baseadas na abundância para o complexo Cerrado-Pantanal. A variação das sub-regiões foi explicada principalmente por fatores ambientais contemporâneos e estrutura espacial em ambos os conjuntos de dados (ocorrência e abundância). As sub-regiões baseadas na ocorrência e na abundância se mostraram abordagens complementares para a compreensão dos padrões macroecológicos do complexo Cerrado-Pantanal. No Artigo III, identificamos unidades geográficas da flora arbórea latino-americana em diferentes escalas espaciais e discutiremos os fatores ecológicos e evolutivos que podem ter impulsionado a estrutura espacial da biodiversidade arbórea. Mapeamos 128 sub-, 54 meso-, 16 macro-, e nove supra-regiões arbóreas para a América Latina. Sub-regiões localizadas na América central, Andes e litoral Brasileiro apresentaram a maior quantidade de espécies exclusivas. Já algumas sub-regiões localizadas no México, Chile e Argentina tiveram os maiores valores de distintividade taxonômica. Acreditamos que os nossos resultados são uma importante contribuição para o entendimento dos padrões e processos que moldam a biodiversidade Neotropical e Latino-americana.