PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Téléphone/Extension: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ LUIZ ALVES SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSÉ LUIZ ALVES SILVA
DATA : 21/03/2018
HORA: 13:00
LOCAL: SALA DE REUNIÕES DO CB
TÍTULO:

COMPREENDENDO O FUNCIONAMENTO DE PLANTAS, SUA ORGANIZAÇÃO NA COMUNIDADE, E SEUS EFEITOS NO ECOSSISTEMA RESTINGA


PALAVRAS-CHAVES:

Dunas, ambientes estressantes, Floresta estacional seca, Bioquímica, Anatomia foliar, Produtividade primária


PÁGINAS: 104
RESUMO:

A forma e funcionamento das plantas em um ecossistema depende de estímulos internos (genética e plasticidade fenotípica) e externos (ambiente) sobre os diferentes órgãos. A escassez de água e nutrientes em solos arenosos da região nordeste, combinado com a alta radiação e sazonalidade hídrica, são citados como os principais estímulos externos às plantas do ecossistema Restinga. A hipótese de que ambientes estressantes exigem uma maior coordenação entre folha, lenho e raiz tem encontrado suporte, embora não tenha sido amplamente testada. O objetivo do primeiro capítulo da tese foi compreender o funcionamento de plantas na Restinga à luz desta hipótese. Uma análise multivariada revelou uma alta independência entre 21 traços funcionais de 21 espécies, sugerindo que ambientes estressantes não necessariamente possuem plantas com alta coordenação funcional. Estes resultados foram publicados na Ecology and Evolution em 2017. A coordenação funcional está diretamente ligada ao sucesso de ocorrência das plantas e deve interferir na organização da comunidade. Ainda não está claro se as afinidades ambientais das espécies, suas interações, a dispersão e processos neutros atuam com a mesma intensidade sobre os traços, as relações filogenéticas e a ocorrência das espécies. Tratamos esta questão como objetivo do segundo capítulo. Usamos 19 traços de 30 espécies e 13 variáveis abióticas para detectar possíveis padrões funcionais, apesar do forte desajuste entre relações filogenéticas, ocorrência e heterogeneidade ambiental encontrada previamente para a região de estudo. A variação funcional na comunidade resultou da resposta fenotípica de todas as espécies e indivíduos ao invés de conjuntos particulares de espécies ou indivíduos. Concluiu-se que análises de ocorrência e filogenia podem ser insuficientes para uma compreensão completa da comunidade e devem ser complementadas com análises de traços. Os resultados foram recentemente submetidos na Journal of Vegetation Science. Uma baixa coordenação e fraca resposta ambiental das espécies deve resultar de uma menor relevância na partição de seus nichos, o qual tem sido descrito como o mecanismo mediador do impacto da biodiversidade sobre os processos ecossistêmicos. O objetivo do terceiro capítulo foi avaliar a magnitude com que a biodiversidade e o ambiente influenciam a produção e estabilidade anual da serrapilheira, bem como o papel das espécies raras e abundantes, e os traços relacionados as espécies mais importantes. A equitabilidade filogenética, dispersão funcional, riqueza e cobertura da copa representaram alguns aspectos da biodiversidade. A elevação e nitrogênio no solo foram os preditores ambientais. Uma ánalise de rotas revelou que a cobertura da copa teve a maior influência sobre a magnitude, seguida pela riqueza. Outros preditores possuíram apenas efeitos indiretos. A estabilidade não respondeu a nenhum dos preditores. Além disto, o aumento na área basal e abundância aumentou a magnitude, embora algumas espécies dominantes em área basal se compararam as raras, provavelmente por possuírem eficientes estratégias de tolerância ao estresse que as ajudam a manter a biomassa por mais tempo. A estratégia mais eficiente incluiu a habilidade de possuir o melhor controle hídrico sem requerer alta produção e reserva energética na folha. Estes resultados combinados sugerem que a biodiversidade em florestas tropicais pode afetar o ecossistema diferentemente de predições gerais, e que seus efeitos dependem do mecanismo de nicho. O terceiro capítulo está sendo finalizado. Como conclusão geral, estudar o ecossistema Restinga proporcionou a descoberta de padrões que se desviam do esperado pela literatura, o que destaca a singularidade e relevância da sua biodiversidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1837921 - ALEXANDRE FADIGAS DE SOUZA
Interno - 983.396.135-53 - HELDER MATEUS VIANA ESPÍRITO-SANTO - INPA
Externo ao Programa - 233.792.888-88 - KEMAL ALI GER - UFRN
Notícia cadastrada em: 14/03/2018 10:37
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