O atendimento à pessoa idosa com doença crônica não transmissível (DCNT) em serviço de média complexidade.
Idoso; Doença Crônica; Enfermagem; Serviços de Saúde.
O processo de transição demográfica e epidemiológica causado pela diminuição dos índices de natalidade e mortalidade e modificação do perfil de morbimortalidade, é representado pelo aumento da população idosa e das doenças crônicas não transmissíveis. Doenças essas, caracterizadas por etiologia múltipla, fatores de risco, período longo de latência, curso prolongado, origem não infecciosa e associação com deficiências e incapacidades funcionais. Desse modo, a pessoa idosa com doença crônica não transmissível, encontra-se em prioridade por tratar-se de um grupo vulnerável para o acometimento das comorbidades no envelhecimento, com aumento da procura e gastos nos serviços de saúde. O objetivo desse estudo é analisar o atendimento da pessoa idosa com Doença Crônica Não Transmissível em serviços de média complexidade como contribuição para a melhoria do atendimento no município de Natal-RN. Estudo descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa, realizado no Centro Especializado de Atenção a Saúde do Idoso e no Hospital dos Pescadores. A população foi de 4180 e uma amostra de 124 idosos com idade igual ou acima de 60 anos, atendidos nesses serviços de média complexidade. O instrumento, um formulário estruturado, adaptado do questionário de monitoramento para fatores de risco e proteção para doença crônica do Ministério da Saúde. Na coleta de dados usou-se a entrevista acompanhada de formulário contendo dados sociodemográficos, hábitos e condição de saúde e o atendimento nos serviços de saúde. Os resultados foram processados no programa Statistical Package for the Social Science, versão 18.0, analisados através da estatística simples. Identificou-se que a maioria dos idosos é do sexo feminino, com predomínio entre 70 a 74 anos, casados, cor parda e católicos; mais da metade tem ensino fundamental incompleto; renda familiar entre 1 a 2 salário mínimo e reside com a família. Quanto aos hábitos de vida, (94,4%) consumiam frango e (97,6%) frutas; observa-se haver redução do tabagismo, do alcoolismo e da atividade física com o aumento da idade; 58,1% possuem insônia e 18,5% utilizam remédios para dormir. Os idosos (51,6%), referem utilizar os serviços quando adoece, buscando a atenção primária no primeiro momento (30,6%); 52% não receberam encaminhamento e a procura é por livre demanda (38.7%). A morbidade mais referida é a hipertensão, seguida das doenças musculoesqueléticas. Sobre as dificuldades na procura pelos serviços de saúde, a demora no atendimento e as filas foram citadas pelos idosos. Quase todos relatam não haver atividades de promoção à saúde nesses serviços e referem receber orientação individual sobre as Doenças Crônicas. Quase sempre, os profissionais de saúde que os atendem, em sua maioria são médicos seguidos dos enfermeiros. Mediante os resultados apresentados, considera-se que os serviços de saúde de média complexidade precisam exercer de forma mais contínua, a interlocução com os demais níveis de atenção e enfocar no atendimento as ações de promoção e prevenção à saúde. Recomenda-se também, a necessidade de qualificação dos profissionais para o atendimento a pessoa idosa e a implantação de protocolos pela equipe multiprofissional de saúde de modo a proporcionar melhor atendimento e continuidade do tratamento à pessoa idosa com doenças crônicas não transmissíveis.