Qualidade da assistência e o conhecimento sobre o direito a saúde das pessoas com úlcera venosa crônica
Úlceras venosas; Direito à Saúde; Conhecimento; Enfermagem.
O estudo teve como objetivo analisar a qualidade da assistência e o conhecimento do direito à saúde dos usuários com úlcera venosa (UV) crônica no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um estudo descritivo transversal, com abordagem quantitativa, realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), especificamente no ambulatório da Clínica Cirúrgica. O estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL (CAAE nº 0148.0.051.000-10). A amostra por acessibilidade foi composta por 30 pessoas com UV atendidas no ambulatório de Clínica Cirúrgica do HUOL. Para coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado composto de duas partes: características sociodemográficas, de saúde, da assistência e da evolução clínica da UV; e conhecimento dos usuários acerca dos direitos à saúde. Os resultados foram processados no programa SPSS 15.0 e analisados por estatística descritiva. Diante das caracterizações sociodemográficas e de saúde apresentadas, identificamos uma clientela de usuários com UV predominantemente feminina (76,7%), com faixa etária a partir de 60 anos (66,7%), casado/união estável (60,0%), baixo nível de escolaridade (83,3%), renda familiar (73,3%), desempregados e com doenças crônicas associadas (53,3%), sono maior ou igual a 6 horas (76,7%) e não eram etilistas ou tabagistas (93,3%). Em relação às condições clínicas, foram evidenciadas presença de uma ou mais recidivas (73,3%), predomínio de granulação / epitelização no leito da UV (60,0%), exsudato serossanguinolento (43,3%), em quantidade média / grande (60,0%), sem predomínio de presença ou ausência de odor (50,0%), totalidade dos pacientes com perda tecidual em grau III/grau IV, ausência de sinais de infecção (73,3%) e presença de dor intensa (50,0%). Nos últimos 30 dias o principal local de realização do curativo foi o HUOL (100 %), a principal terapia compressiva utilizada era a bota de unna (60%) e na impossibilidade de se realizar os curativos na unidade eram os próprios pacientes que fazia a troca em domicílio (40,0%). A maioria dos pesquisados considerou como boa a qualidade da assistência (56,7%), mostrou-se satisfeita com o atendimento do SUS (76,7%), afirmou ter conhecimento sobre seus direitos (70,0%), mas ao mesmo tempo desconheciam o significado da sigla SUS (90,0%) e classificaram o seu nível de obtenção de informações como inadequado (70,0%). Percebemos que os usuários designaram como boa a qualidade da assistência e demonstraram conhecimento inadequado sobre seus direitos à saúde nos SUS, porém mostraram interesse em adquirir mais informações. Os direitos básicos ao ingresso no SUS encontram-se constitucionalmente garantidos e necessitam ser divulgados de modo a torná-los conhecidos da população, para que assim possa ser implementada e garantida uma assistência de maior resolutividade no tratamento deste tipo de lesão.