Eficácia da simulação clínica coadunada ao mapa conceitual na habilidade do raciocínio diagnóstico de discentes de enfermagem
Enfermagem; Educação em Enfermagem; Diagnósticos de Enfermagem; Tecnologia Educacional; Simulação.
A inferência diagnóstica em enfermagem, por ser algo complexo, pode culminar em dificuldades para os alunos. Assim, existe a necessidade do desenvolvimento de tecnologias educativas voltados para a melhoria desse raciocínio. Desse modo, objetiva-se: avaliar a eficácia da simulação clínica coadunada ao mapa conceitual na habilidade do raciocínio diagnóstico de discentes de enfermagem. A pesquisa foi desenvolvida em três etapas, sendo as duas primeiras subsidiadas por um estudo metodológico e a terceira por um ensaio clínico controlado e randomizado. A primeira contempla a construção de dois casos clínicos para os instrumentos pré-teste e pós-teste, dois cenários de simulação clínica sobre raciocínio diagnóstico em enfermagem e a elaboração da avaliação de nivelamento dos discentes. A segunda etapa correspondeu a análise de conteúdo dos casos clínicos, cenários de simulação e avaliação de nivelamento dos estudantes por juízes. A avaliação dos cenários contou com 45 juízes em raciocínio diagnóstico e/ou simulação clínica, que analisaram cada item por meio de uma escala likert. Para avaliação do grau de acurácia diagnóstica, foi utilizada a Escala de Acurácia de Diagnóstico de Enfermagem. Os casos clínicos e as questões de nivelamento tiveram seu conteúdo avaliado por 8 juízes em um grupo focal. A terceira etapa contemplou a aplicação da simulação clínica coadunadas à mapas conceituais para melhoria na habilidade do raciocínio diagnóstico para discentes de graduação em Enfermagem. Os alunos foram randomizados nos grupos intervenção e controle. O grupo intervenção foi submetido ao uso da tecnologia educacional e o grupo controle à aula tradicional. Como critérios de inclusão foram adotados: idade igual ou superior a 18 anos; ser discente do curso de enfermagem de uma Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ter cursado ou estar cursando o componente curricular referente ao conteúdo de Processo de Enfermagem, especificamente, diagnóstico de Enfermagem. Foram empregados como critérios de exclusão: discentes que possuíssem quaisquer dificuldades cognitivas ou comportamentais, que inviabilizassem a comunicação e também aqueles que possuíssem nota superior a 7 na avaliação de nivelamento. Como critérios de descontinuidade foram considerados: desistência em participar da pesquisa após início da coleta de dados e ou aparecimento de sintomas gripais nesse período. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Para os cenários de simulação, foi considerada concordância de 85% dos juízes. Para a Escala de Acurácia de Diagnóstico de Enfermagem, foi calculado o coeficiente S para todos os diagnósticos. O desempenho dos alunos foi analisado por meio da estatística inferencial nos instrumentos pré-teste, pós-teste e Inventário de Raciocínio Diagnóstico, adotando nível de significância de 5% (p≤0,05). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética responsável, sob o número 3.084.032. Foi registrado na base de dados de Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros, recebendo o número: RBR-7qjpn6. Os resultados mostram que os cenários foram julgados com concordância aceitável pelos especialistas, os diagnósticos propostos apresentaram alto grau de acurácia. Os casos clínicos utilizados no pré-teste e pós-teste possuíram média do índice de validade de conteúdo de 93,7%. Na última etapa, o grupo intervenção destaca-se na inferência do rótulo diagnóstico, o qual apresentou diferença estatística significante, quando comparados os momentos pré e pós-teste (p = 0,001). O mesmo aconteceu nos acertos referentes aos fatores relacionados (p=0,004) e as características definidoras (p=0,004). Assim, conclui-se que a estratégia educativa simulação clínica coadunada ao mapa conceitual foi eficaz para a melhoria do raciocínio diagnóstico de discentes em enfermagem. Outrossim, o estudo proporciona visibilidade para duas metodologias ativas de ensino, a simulação clínica e o mapa conceitual, que representa um avanço do protagonismo dos estudantes como sujeitos ativos no processo ensino-aprendizagem.