Comunicação escrita dos profissionais de saúde em hospitais públicos do Rio Grande do Norte
Segurança do Paciente. Cultura organizacional. Hospital. Profissional da Saúde. Comunicação. Prontuários.
A comunicação escrita é uma ferramenta que contribui com a redução de danos ao paciente, uma vez que possibilita a unificação dos registros da equipe multidisciplinar e a continuidade da assistência. Diante disso, o estudo objetiva analisar a comunicação escrita dos profissionais de saúde em hospitais públicos do Rio Grande do Norte, Brasil. Trata de um estudo transversal, com modelo prospectivo e que se baseia nas recomendações da Organização Mundial de Saúde, quanto a construção “Record review of currentin-patients”. Seguiram-se as etapas: 1) construção da Scoping review; 2) seleção e treinamento dos examinadores de registros; 3) testagem dos procedimentos de avaliação do registro (estudo piloto); e 4) desenvolvimento da revisão de registros. A coleta de dados nos prontuários ocorreu no período de outubro a dezembro de 2016, em três hospitais públicos de Natal, nas enfermarias de clínica médica e de clínica cirúrgica. Incluíram-se na amostra os pacientes internados há pelo menos 10 dias. Os dados foram organizados em pacote estatístico e analisados de forma descritiva, por meio de frequência absoluta e relativa e, Diagrama de Pareto. O estudo segue os preceitos éticos estabelecidos pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados destacam que o conteúdo da comunicação escrita compreende os elementos comuns aos registros – identificação do paciente e profissional, letras legíveis, uso de siglas e abreviaturas padronizadas, ausência de rasura e início dos escritos com data e hora – e elementos específicos a cada categoria profissional. A partir da revisão de prontuários evidenciou-se os principais dados em não conformidades: 1) identificação do paciente (cabeçalhos) - data de nascimento e filiação na identificação do paciente; 2) evoluções médicas - aspectos do exame físico, antecedentes pessoais e familiares, hábitos e condições de moradia do paciente, intercorrências, resultados laboratoriais e de imagem nas evoluções médicas; 3) anotações do técnico de enfermagem - hábitos de vida, presença de alergia, identificação do acompanhante, uso de medicamento quanto ao tipo, condições gerais acerca da atitude, humor, locomoção e coloração da pele, estado nutricional e orientações ao paciente/acompanhante nas anotações do técnico de enfermagem; 4) controles essenciais – unidade de medida após o sinal vital; 5) anotações do enfermeiro - identificação do acompanhante, coloração da pele, eliminações quanto à consistência, odor e coloração; orientação do paciente/acompanhante; aspectos sobre exame físico, hábitos de vida e presença de alergia; 6) elementos comuns da comunicação escrita – letras legíveis, início dos registros com hora e uso de abreviaturas; e 7) identificação profissional – categoria e número no conselho de classe. Conclui-se que a comunicação escrita dos profissionais de saúde, nos três hospitais analisados, apresenta não conformidades nos dados de identificação do paciente e profissional, nos registros admissional e diário tanto de médicos e como da equipe de enfermagem. Assim, ações para a melhoria da comunicação escrita dos profissionais nos hospitais analisados, como também contribuir com as discussões acerca dessa temática são recomendadas para se efetivar a comunicação e o cuidado seguro.