NÍVEL DE ADAPTAÇÃO DA PESSOA ESTOMIZADA À LUZ DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY: CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO
Estomia. Modelos de Enfermagem. Adaptação Psicológica. Estudos de Validação.
Estomia é uma abertura criada artificialmente a partir do trato gastrointestinal, ou trato urinário, para o abdômen, por onde ocorre o desvio e eliminação do fluxo de fezes e urina. Pode ser permanente ou temporária e subdivide-se em três tipos: ileostomia, colostomia e urostomia. A construção de estomia demanda diversas necessidades adaptativas que envolvem desde aspectos fisiológicos até demandas psicológicas e sociais. Nesse sentido, faz-se necessário a atuação da enfermagem voltada para a promoção da adaptação da pessoa com estomia. A fim de sistematizar o cuidado à pessoa estomizada, com vistas à adaptação eficaz e consequente melhoria da qualidade de vida, a enfermagem pode utilizar o Modelo de Adaptação de Roy (MAR), que é descrito em seis etapas do processo de enfermagem. As duas primeiras constituem a fase de coleta de dados de estímulos e comportamentos, os quais direcionarão as fases subsequentes. Nesse sentido, o objetivo desse estudo é construir e validar o conteúdo do instrumento intitulado “Escala do Nível de Adaptação do Estomizado” (ENAE). Trata-se de um estudo metodológico que será desenvolvido em duas etapas: a primeira consiste na construção dos itens do instrumento a partir das definições dos constructos, e a segunda será baseada na fase de validação pelos juízes. As definições constitutivas e operacionais foram feitas a partir da literatura e o processo de validação será analisado por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Foram selecionados 116 juízes para a etapa de validação, dos quais seis responderam ao formulário, apresentando as seguintes características: 33,3% possuam título de mestre, 33,3 % nível de especialista, 83,3% tiveram formação em enfermagem em instituição pública, a média do tempo de formação foi 7,1 anos, 53,8% referiram não trabalhar na área de estomaterapia, o tempo médio de prestação de cuidados à pessoas estomizadas foi de 5,8 anos, 61,5% elencaram afinidade como motivo para trabalhar e/ou pesquisar assuntos referentes à estomias, 100% consideram importante que o enfermeiro conheça o processo adaptativo da pessoa com estomia, 69,2% sente-se preparado para assistir a pessoa estomizada, incluindo as necessidades adaptativas e 92,3% conheciam o MAR. Sobre a avaliação dos itens, 62,5% dos itens alocados no modo fisiológico, 76,47 do modo autoconceito, 100% do modo função de papel e 71,4 do modo interdependência apresentaram IVC>80, sendo os itens restantes submetidos à reformulação a partir das sugestões feitas pelos juízes da pesquisa. Este projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, parecer de número 421.342, CAAE de número 19866413.3.0000.5537.