NAVEGÂNCIAS AUTOFICCIONAIS: ROTAS PARA UMA ABORDAGEM ENTRE O REAL E O FICCIONAL NA CENA
Autoficção; Teatro; Encenação; Memória.
Este trabalho é formado por duas camadas, a primeira, referente aos processos discursivos e reflexivos sobre a autoficção. A segunda, uma camada poética que atravessa a primeira, reorganizando e deslocando os olhares para o próprio ato do meu ser/fazer pesquisador/pesquisar. Essa pesquisa tem por objetivo investigar a autoficção no teatro, percebendo sua trajetória desde a literatura, onde o termo foi cunhado por Serge Doubrovysk, em 1977, até chegar ao campo das Artes Cênicas com a perspectiva de identificar estruturas que facilitem o reconhecimento dessas produções. Para fazer uma análise sobre esse tipo de produção autoficcional, crio duas rotas que formam essa minha experiência em navegância para perceber as relações de referencialidade nominal, a ficcionalização como modelagens de acontecimentos e uma abordagem não narcísica do eu. A primeira rota está associada à origem do termo autoficção na literatura e, posteriormente, à utilização do termo no teatro. A segunda, volta-se ao estudo de caso do espetáculo Deus te faça feliz, do Coletivo de Teatro Aruã (PB), no intuito de perceber quais elementos entre dramaturgia, espaço e encenação podem contribuir para perceber a autoficção no campo teatral, como também, quais podem ser os elementos de ficcionalização de uma obra e suas possíveis (re)elaborações da memória nesse processo.