BUFONARIA: ESTADO, CORPO E JOGO
estado bufão; técnicas do bufão; corpo grotesco; jogo; riso zombeteiro
Esta pesquisa aborda o estado bufão na poética da cena, traçando relatos da minha experiência junto ao Teatro Bissexto (Recife-PE) no processo de construção dos bufões e das bufonas para a montagem do espetáculo Ubu Rei ou a revolta dos coadjuvantes (2018-2022). Parte das reflexões sobre o lugar da bufona e do bufão na sociedade, a partir da acepção do termo, sobre a ética na performance bufa, bem como acerca das problematizações atualmente levantadas sobre as técnicas desenvolvidas por Jacques Lecoq e Philippe Gaulier. Considerando as implicações das referidas técnicas em nosso processo criativo, tentamos dimensionar, a partir desta pesquisa, o estado bufão e perceber na corporeidade bufa seus vieses cômico, lúdico e grotesco. Este trabalho é um percurso cartográfico, um composto de atravessamentos e trocas de afetos, que estabelece diálogos com outras artistas, pesquisadoras, pesquisadores, e conta com o aporte teórico de Bakhtin (2010), Bergson (2018), Kayser (2013), Lopes (2005; 2017), Minois (2003), dos pedagogos franceses supramencionados, dentre outros.