“AS ROSAS DA RESISTÊNCIA NASCEM DO ASFALTO”: Uma análise acerca da violência cometida contra as mulheres trans durante o governo Bolsonaro.
Mulheres Trans; Violência; Relações Patriarcais de Gênero; Diversidade Sexual.
Essa pesquisa objetiva analisar os casos de violência ocorridos no Brasil contra as mulheres Trans no período de 2019 a 2020, ou seja, se propõe uma análise dos primeiros anos do governo de Jair Messias Bolsonaro, nos questionando se há especificidades na violência praticada contra as mulheres Trans em relação às mulheres cis-gêneros brasileiras. A ascensão de governos conservadores ao poder na atualidade tem trazido fortemente ao centro do debate as questões dos direitos voltados para a população LGBTQI+. Os dados do relatório produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB, 2018), demonstram que o índice de assassinatos motivados pela homo-lesbo-transfobia no país, continua alto e que entre o conjunto dessa população, as pessoas trans são as mais vulneráveis e são as vítimas das mortes mais cruéis. Frente a isso, pretendemos, portanto, nos dedicar as seguintes questões: Há diferenças na violência contra as mulheres Trans em relação as que são impingidas às mulheres cis-gêneros brasileiras? Se sim, em que diferem e quais as suas especificidades? Nessa conjuntura, quais os limites e possibilidades das políticas públicas voltadas para o combate a violência contra população LGBTQI+ brasileira e especificamente para as mulheres trans? Como esses sujeitos estão se organizando politicamente em resistência a retiradas de direitos? Portanto, partindo das premissas do Materialismo histórico e dialético, e utilizando-se de pesquisa qualitativa de tipo bibliográfica e documental, pretendemos analisar os seguintes documentos: jornais, revistas e noticiários nacionais e locais, relatórios dos anos de 2019 e 2020 do Grupo Gay da Bahia (GBB), Dossiês dos assassinatos e violência contra Travestis e Transexuais brasileiras no ano de 2019 e 2020, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e os documentos e legislações do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH), durante os anos de 2019 e 2020, que tratem do combate as violações de direitos da população de Gays, Lésbicas, bissexuais e transexuais brasileiros. E como não desvinculamos as nossas escolhas teóricas de nossas opções políticas, esperamos que essa pesquisa possa contribuir para que um número cada vez maior de pessoas se envolvam com a temática da diversidade sexual e se envolver também com a luta por uma sociedade sem exploração/dominação de classe, raça/etnia, gênero/sexo - aqui incluídas as questões que envolvem a orientação sexual e a identidade gênero.