A origem da indústria cultural no capitalismo monopolista
Capitalismo monopolista. Excedente econômico. Indústria cultural
Este projeto de dissertação tem como objetivo analisar as determinações econômicas que possibilitaram a origem da indústria cultural a partir de bibliografias que tratam das principais tendências do capitalismo monopolista. Embora a indústria cultural esteja presente na realidade atual do século XXI, envolvendo a economia, a política e a cultura, a sua origem e, portanto, o seu estudo, não surgem nos dias de hoje. A sua investigação é iniciada no século XX pelos filósofos alemães da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer, com a publicação de Dialética do esclarecimento, em 1947. Nessa obra, a indústria cultural apresenta-se, de modo central, como uma expressão do avanço da razão instrumental presente na técnica fordista de produção em série de produtos culturais voltados para o seu valor de troca. A preocupação dos frankfurtianos, contudo, não estava direcionada para a origem material da indústria cultural, mas, fundamentalmente, aos seus efeitos sociais nos indivíduos, enquanto meio de controlá-los, manipulá-los e integrá-los na sociedade capitalista, na medida em que padroniza ideias, predileções e hábitos de consumo. Seguindo esse pensamento, seu trato analítico superdimensionou o poder de controle da indústria cultural, demonstrando-se pessimista em relação às possibilidades de resistência popular capazes de alcançar uma razão crítica emancipatória e suprimir a dominação do homem pelo homem. Nesse sentido, percebeu-se que, dando ênfase aos efeitos sociais da indústria cultural, os filósofos alemães se ausentaram de análises que considerem o fundamento estrutural e a processualidade histórica da indústria cultural a partir das particularidades e contradições do capitalismo monopolista, embora não tenham negado a existência de determinações materiais. Diante disso, este projeto de pesquisa parte do seguinte questionamento: a partir de uma análise das determinações econômicas, como surge a indústria cultural? E, surgindo, qual é a sua função social? Para tanto, à luz do materialismo histórico dialético, se empreenderá uma pesquisa teórica explicativa de tipo bibliográfica e natureza qualitativa, recorrendo-se a bibliografias que versam sobre as principais tendências do capitalismo monopolista. Como instrumento de coleta e produção de dados, utilizar-se-á um roteiro de leitura organizado em eixos, com aplicação durante a leitura reflexiva das obras selecionadas.