A EXPANSÃO DO MERCADO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL X PRECARIZAÇÃO NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL NO SUAS EM NATAL-RN: uma análise das condições e relações de trabalho
Serviço Social. Mercado de Trabalho. Trabalho Precarizado.
A presente dissertação apreende e analisa as condições e relações de trabalho do Assistente Social, inserido no espaço sócio-ocupacional da SEMTAS - Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, em um contexto de afirmação e expansão da Politica de Assistência Social após a criação do SUAS - Sistema Único de Assistência Social. Constata-se que essa expansão do mercado de trabalho do assistente social, dentre outros trabalhadores do SUAS, configura-se num cenário de precarização estrutural do trabalho apresentada sob diversas manifestações, entre elas a flexibilização/precarização e a sua principal dimensão, a terceirização e o desemprego estrutural. Uma conjuntura de crise estrutural do capital, demarcada desde os anos de 1970 do século XX, expressas nas transformações ocorridas no mundo do trabalho em face da reestruturação produtiva, sob a acumulação flexível, uma nova (re) organização do trabalho e da produção, processada conforme programática neoliberal, num cenário de contrarreforma do Estado brasileiro, máximo para as classes dominantes e mínimas para as classes subalternas. É nesse contexto de flexibilização, desregulamentação e intensificação do trabalho, que o Assistente Social, trabalhador assalariado, desenvolve seu trabalho profissional, no enfrentamento das diversas e complexas manifestações da questão social. Portanto, em face da expansão do mercado de trabalho para o assistente social, questiona-se nesse estudo: em que medida as condições e relações de trabalho deste profissional nos CREAS-Centro de Referência Especializado da Assistência Social, no município de Natal, têm se revelado precarizadas? Assim a partir da realização da pesquisa de caráter qualitativo, fundamentada por uma perspectiva crítico-dialética e tendo como sujeitos da pesquisa, os assistentes sociais que atuam nos CREAS, após análise das entrevistas semi-estruturadas e da observação, confirmou-se e revelou-se a precarização das condições e relações de trabalho do Assistente Social no campo da assistência social. Destacam-se dentre os resultados obtidos, as formas de precarização expressas: a) na vulnerabilidade das formas de inserção e desigualdades sociais; b) na intensificação do trabalho e terceirização; c) na perda das identidades individual e coletiva; d) na fragilização da organização dos trabalhadores. Note-se a inserção do profissional configura-se numa cultura do trabalho que degrada o homem e a natureza, que se contrapõe ao projeto ético-político profissional, como também a um projeto de sociedade emancipatória e a violação de direitos humanos ao qual o assistente social também é submetido.