REMOÇÃO POR MOTIVO DE SAÚDE DE TRABALHADORES/AS ESTATUTÁRIOS/AS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES: particularidades na gestão da EBSERH
Trabalho, gestão do trabalho, HUOL, EBSERH, remoção
A realidade aponta que o modelo gerencial em desenvolvimento nos equipamentos do SUS, em particular, o instituído nos Hospitais Universitários sob gestão da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) estão impactando nos processos de trabalho dos/as trabalhadores/as da saúde de forma a repercutir nas condições de saúde destes/as. Esse cenário está presente no HUOL (Hospital Universitário Onofre Lopes), pertencente ao complexo hospitalar da UFRN que está sendo administrado pela EBSERH, visto que houve aumento significativo no número de remoções por motivo de saúde dos/as servidores/as da UFRN, vinculados/as ao Regime Jurídico. Único (RJU). Tendo em vista esse fenômeno, a pesquisa buscou analisar os processos de remoções por motivo de saúde no Hospital Universitário Onofre Lopes com vistas a apontar as determinações do modelo de gestão da EBSERH sobre a saúde dos/as trabalhadores/as. Para tanto, buscamos respondê-la através de pesquisa quanti-qualitativa com base no método materialista histórico-dialético, em que utilizamos enquanto recursos metodológicos a revisão bibliográfica, a análise documental e entrevistas semiestruturadas com servidores/as removidos/as por motivo de saúde do HUOL após implantação da EBSERH, sendo os dados analisados através da técnica de Análise de Conteúdo. No estudo indicamos que as remoções por motivo de saúde dos/as servidores/as RJU removidos/as do HUOL durante a gestão EBSERH são refrações da empresa como expressão da contrarreforma no SUS, contexto em que consideramos o processo de implantação da gestão empresarial no HUOL como estopim para as insatisfações e sofrimento no trabalho do/as profissionais removidos/as; o modelo gerencial como sendo a concepção da gestão do trabalho no HUOL durante o desenvolvimento da EBSERH, ocasionando prejuízos nas condições e relações de trabalho do/as servidor/as removidos/as; assim como, repercussões na subjetividade do/as servidor/as enquanto trabalhador/as da universidade no hospital, desencadeando a prevalência dos transtornos mentais nos adoecimentos e remoções. O enredo desta pesquisa no HUOL nos provoca para a reflexão do papel da EBSERH na gestão dos hospitais universitários, especificamente as implicações para os/as servidores/as RJU, a fim de buscarmos estratégias coletivas para minimizar os adoecimentos, que em regra, são individualizados, posto que na realidade do HUOL, as únicas possibilidades de restabelecimento da saúde são as licenças para tratamento da saúde e remoções por motivo de saúde.