O trabalho dos/as assistentes sociais nos territórios da Atenção Primária à Saúde.
Trabalho do/a assistente social. Território. Atenção Primária à Saúde.
A presente dissertação analisa o trabalho dos/as assistentes sociais nos territórios da Atenção Primária à Saúde (APS). Para tanto, o estudo consiste no resultado de análises e reflexões teóricas, além de recorte empírico realizado com trabalhadoras assistentes sociais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Mossoró/RN, a respeito do trabalho profissional nos territórios da APS. Enquanto nível de atenção à saúde, a Atenção Primária é responsável por serviços e ações de saúde referentes à promoção, à proteção, à prevenção, ao tratamento, à reabilitação etc. A efetivação desses serviços gira em torno da constituição de diferentes territórios, seja em uma região ou município, os quais exprimem necessidades sociais de saúde, conforme cada realidade sanitária. Nessa lógica, o território é uma categoria que possui centralidade para o trabalho profissional na Atenção Primária, inclusive para o trabalho de assistentes sociais que se inserem nesse nível de atenção à saúde. Portanto, partimos do pressuposto de que o território na APS é um espaço potente para a produção do cuidado em saúde e efetivação de direitos sociais. Por ser um elemento vivo, dinâmico, em constante movimento, algo que produz e reproduz as relações sociais, espaço onde se repercutem as expressões da questão social, conjecturamos que o território é uma categoria fundamental para análise do estado de saúde dos sujeitos, além de estratégico para a efetivação do trabalho dos/as assistentes sociais na Atenção Primária à Saúde. A partir disso, empreendemos esta dissertação tendo como norte o seguinte problema: de que maneira se expressa e se desenvolve o trabalho profissional dos/as assistentes sociais diante dos territórios das Unidades Básicas de Saúde do município de Mossoró/RN?. Na busca de respostas a este problema de pesquisa, nosso estudo foi desenvolvido metodologicamente por meio de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com caráter qualitativo, alicerçado no materialismo histórico-dialético. A população do estudo foi representada por quinze assistentes sociais que trabalham nas UBS da zona urbana de Mossoró. A participação das profissionais no estudo aconteceu em duas etapas. Na primeira etapa, todas as quinze assistentes sociais participaram através de respostas ao questionário construído via google formulários. Já para a segunda etapa, uma entrevista semiestruturada, participaram cinco assistentes sociais, convidadas via técnica de amostragem não-probabilística intencional em conformidade com as respostas emitidas ao questionário e, também, com a divisão locorregional de cada zona administrativa de saúde do município. A análise dos dados aconteceu via técnica de Análise de Conteúdo e foram expostos no decurso da escrita desta dissertação. Os resultados da nossa investigação revelaram que o trabalho das assistentes sociais nos territórios é viabilizado em algumas realidades da APS do município e em outras, não. As assistentes sociais participantes deste estudo reconhecem o território como um elemento importante para o trabalho delas na APS e buscam, a depender do contexto, objetivá-lo em conformidade com as particularidades advindas dos territórios. Ressaltamos, nesse seguimento, a existência de diferentes expressões da questão social que se revelam ao trabalho das assistentes sociais na APS através de uma ampla diversidade de demandas e atividades que são desenvolvidas pelas profissionais defronte o território. Conclui-se reafirmando a potencialidade que o território detém na APS, sobretudo no que se refere ao trabalho dos/as assistentes sociais nesse nível de atenção, os/as quais têm contribuído para efetivação de direitos sociais e para o enfrentamento das expressões da questão social reveladas na APS por via das necessidades sociais de saúde existentes nos territórios da vida humana.