A análise da reação à atratividade das características da face infantil por adultos e crianças sob uma perspectiva evolucionista |
A análise da reação à atratividade das características da face infantil por adultos e crianças sob uma perspectiva evolucionista
As crianças apresentam características da face, que combinadas a alguns comportamentos, como os movimentos desajeitados e o sorriso tendem a desencadear respostas emocionais de afeto e comportamentos de cuidado parental e aloparental. Ao conjunto destes traços físicos em bebês humanos Lorenz em 1971 designou como os esquemas infantis, que quando comparados ao padrão adulto, apresentam um conjunto de características particulares. Quando um animal adulto mantém estas características juvenis, comportamentais ou anatômicas, durante o seu desenvolvimento ocorre um processo denominado de neotenia. O objetivo deste trabalho será investigar a reação aos esquemas infantis por crianças e adultos de diferentes faixas de idade 4 a 9 anos e 20 a 35 anos, respectivamente, por meio da apresentação de fotos de crianças com graus de esquemas infantis distintos. Além de analisar a cooperação infantil por meio de doação e como ela é influenciada pelo grau dos esquemas infantis dos recipientes das doações. Ao total participarão 360 sujeitos. O procedimento do experimento será executado em três etapas, a primeira corresponderá à construção do estímulo quando a face de 60 crianças será fotografada, e na categorização dos esquemas infantis a partir da mensuração dos caracter físicos faciais por meio de um programa. Na segunda etapa será avaliada a reação aos esquemas infantis pelos adultos, por meio da ordenação decrescente de fofura das fotos, e pelas crianças por meio da seguinte pergunta: “Qual destas fotos você acha que tem a criança mais fofinha?”. Verificar-se-á, também o efeito da variação do esquema infantil em relação à escolha do parceiro para a brincadeira social em crianças. Na terceira etapa será analisado o comportamento cooperativo das crianças por meio da doação de caramelos em função da variação dos esquemas infantis, do sexo e da familiaridade das crianças-estímulos. Espera-se que os adultos e as crianças mais velhas reajam aos traços infantis com maior intensidade do que as crianças mais novas. Também é nossa expectativa que as crianças tendam a cooperar com maior freqüência com as crianças-estímulo que apresentam os esquemas infantis mais acentuados. As respostas comportamentais dos sujeitos mais velhos sugerem que a reação ao caracter infantil está associada à experiência prévia de cuidado com os menores, e devido processos cognitivos elaborados, conferindo maior habilidade para identificar as características indicativas de fofura do que as crianças mais novas.