Autoeficácia, autoexpansão e o valor de mercado percebido: Uma avaliação evolucionista sobre autopercepções e relacionamentos
Autoeficácia, valor de mercado, priming, self-expansion, COVID-19
As autopercepções desempenham um papel de grande importância na vida dos seres humanos, sendo influenciadas pelas experiências prévias e os contextos em que a pessoa se encontra, assim como influenciando futuros resultados nas mais diversas áreas da vida de um indivíduo. Dentre as autopercepções, estão duas que assumem considerável relevância no que diz respeito às motivações humanas, tanto em nossa história evolutiva quanto em nossa vida moderna, a Autoeficácia e o Valor de Mercado Percebido. A Autoeficácia está relacionada às habilidades do indivíduo de obter sucesso em suas empreitadas, o que pode relacionar-se com capacidade de sobrevivência, obtenção de recursos, permeando a sensação de competência do indivíduo em relação a uma enorme gama de contextos. Já o Valor de Mercado Percebido configura uma autoavaliação que possibilita o ajuste dos seres humanos às opções disponíveis no mercado de acasalamento, aumentando as chances de sucesso reprodutivo dos indivíduos. Nessa perspectiva, embora vários estudos tenham demonstrado o potencial do uso da Autoeficácia na investigação de diversos comportamentos e contextos da vida humana, sua participação na formação do Valor de Mercado percebido, assim como as implicações sobre os níveis de exigência direcionados a parceiros românticos ainda são inexistentes na literatura. Em virtude deste cenário, o objetivo principal desta pesquisa foi investigar a relação entre os níveis de Autoeficácia e o Valor de Mercado autopercebido, além de trazer uma abordagem de como essa Autoeficácia se apresenta em uma população em que há uma constante demanda por competência e necessidade de bom ajustamento, que é a população universitária, porém não se restringindo a esse contexto, pois trazemos ainda uma investigação mais ampla ao avaliar essa relação em não universitários, assim como também uma análise da autoeficácia em grupos de pessoas em condições sanitárias globais regulares e em uma situação de pandemia; propusemos ainda, a observação dos níveis de autoeficácia de participantes antes e depois de expostos a estímulos específicos, efeito conhecido como Priming. O presente trabalho ainda inova ao trazer evidências de validade para a escala de Self-expansion para populações de brasileiros, tal escala se conecta com nossa proposta de abordagem ao ligar a percepção de expansão de habilidades pessoais ao convívio com o parceiro(a). Dessa forma, o presente trabalho oferece informações a respeito da motivação pela busca por competência (representada pela Autoeficácia), sua base evolutiva e como ela se apresenta no contexto das exigências da vivência universitária (Capítulo 1); investigação empírica a respeito da relação entre os níveis de Autoeficácia, o Valor de Mercado percebido e as características valorizadas em um parceiro idealizado (Capítulo 2); estudo empírico a respeito da potencial associação entre os níveis de Autoeficácia de uma pessoa e como ela avalia a atratividade de seu parceiro e atratividade de um parceiro idealizado (Capítulo 3); estudo desenvolvido com o intuito de ampliar nossa proposta de análise para uma população mais diversificada, observando a potencial relação entre Autoeficácia e Valor de Mercado percebido em uma população de não-universitários (Capítulo 4); investigação do efeito de Priming sobre a percepção de Autoeficácia das pessoas (Capítulo 5); estudo empírico que propôs a observação dos níveis de Autoeficácia das pessoas antes e durante a experiência com a pandemia de COVID-19 (Capítulo 6) e por fim, trabalho de Validação da escala de Self-expansion para população brasileira (Capítulo 7).