Impactos da ingestao de microplasticos na fisiologia e no comportamento de peixes
poluição marinha; ecotoxicologia; comportamento animal; ecossistemas recifais
A poluição por plásticos tem sido uma grande preocupação ambiental. O Brasil é o quarto maior produtor desse material no planeta, mas é um dos que menos recicla no mundo. A maior parte dos produtos plásticos produzidos é considerada do tipo descartável e grande parte desse material vai parar em aterros sanitários ou na natureza. Esses materiais passam por processos físicos, químicos e biológicos que os transformam em partículas minúsculas (microplásticos) que acabam sendo levadas aos mares a partir da chuva, rios ou do vento. Essas partículas podem inclusive servir de veículo para outros contaminantes persistentes disponíveis no ambiente marinho, conhecidos como poluentes orgânicos persistentes. A permanência dos microplásticos no ambiente marinho é preocupante e pouco se sabe sobre os efeitos desse tipo de produto sobre a biota marinha. Ecossistemas recifais são ambientes de reconhecida importância biológica e econômica. Nesses ecossistemas, um grupo de peixes conhecidos como “peixes donzela” desempenham um papel importante para o equilíbrio das diversas relações ecológicas que existem entre os vários organismos que compõem a comunidade recifal. Compreender os efeitos desse poluente sobre o comportamento desse grupo de animais, pode ser uma maneira eficaz de monitorar os impactos do lixo plástico sobre os organismos que compõem as comunidades recifais. Por isso, este trabalho pretende utilizar peixes da espécie Stegastes fuscus como bioindicadores ambiental e através de testes comportamentais, análises fisiológicas e bioquímicas avaliar o efeito dos microplásticos sobre o comportamento e fisiologia da espécie que é endêmica e abundante na costa Brasileira.