Efeitos do N,N-DMT sobre a fenótipo e diátese da depressão em camundongos adultos
neurogênese; N,N-DMT, depressão; plasticidade
A depressão é um distúrbio neurológico que em 2017 afetava 4,4% da população mundial, caracterizado por apatia e anedonia afetando a vida social e profissional do enfermo. A diátese da depressão ainda não foi satisfatoriamente esclarecida, embora fatores genéticos, humorais, ambientais e comportamentais estão correlacionados. O tratamento clássico envolve drogas serotoninérgicas de ação lenta e efeitos colaterais corriqueiramente mais danosos ao quadro clínico do que os próprios sintomas. Nas duas últimas décadas a hipótese Neurogênica da Depressão vincula a produção de novos neurônios no hipocampo de adultos ao mecanismo neurobiológico essencial a mitigação dos sintomas por parte dos antidepressivos clássicos, em paralelo as drogas nomeadas psicodélicas ascendem como uma categoria de moléculas capazes de potencializar a plasticidade neuronal, infelizmente as propriedades alucinógenas desses compostos, a despeito da sua utilidade clínica, os impediram de serem amplamente assimilados a prática clínica. Nesse momento da pesquisa com psicodélicos se faz necessário compreender a participação da experiência subjetiva, a experiência psicodélica, no potencial terapêutico dos mesmos, para que possamos concentrar-se em delinear formas mais efetivas, acessíveis e abrangentes a aplicação desses compostos as populações. Nesse trabalho pretendemos induzir a depressão em camundongos através do modelo do Estresse Leve Crônico Imprevisível e avaliar como uma única dose de N,N-Dimetiltriptamina afeta os sintomas e biomarcadores humorais da depressão, ao passo que avaliamos se é necessário estar consciente durante a fase alucinógena para que o DMT exerça seu efeito neurotrófico, aplicando a droga em animais anestesiados. Para ampliar a relevância de nossos dados, pretendemos utilizar uma ferramenta com precisão genética (os DREADDs) exclusivamente para excitação das células granulares recém-nascidas, e posteriormente avaliar a efetividade dessas novas populações em mitigar os sintomas da depressão, sejam elas potencializadas pelo N,N-DMT ou pela excitação via DREADDs.