Bullying escolar: Compreensão evolucionista e intervenção cognitivo-comportamental
bullying; escola; intervenção cognitivo-comportamental; Psicologia Evolucionista
O bullying vem sendo bastante investigado, porém os resultados dos programas antibullying ainda são insatisfatórios. Estudos na perspectiva evolucionista e diferentes programas de intervenção vêm sendo desenvolvidos com a finalidade de ampliar esses resultados. O presente trabalho se propôs a investigar possíveis contribuições da Psicologia Evolucionista para a compreensão do bullying escolar assim como desenvolver um programa de intervenção cognitivo-comportamental para o seu enfrentamento entre adolescentes. Foram realizados cinco estudos. O primeiro foi uma revisão sistemática da literatura sobre o bullying na Psicologia Evolucionista, em que foram identificados nove estudos empíricos revisados por pares nas bases de dados: PsycINFO, PUBMED, Google Scholar, Index Psi, SciELO, LILACS e PePSIC. O segundo estudo realizou procedimentos de adaptação e de validação do Bullying Participant Behaviors Questionnaire com uma amostra de 478 adolescentes brasileiros. O terceiro estudo comparou indicadores de saúde mental e de percepção do clima escolar entre 240 adolescentes, categorizados em diferentes papéis no bullying. O quarto estudo avaliou a influência de terceiros em diferentes condições sobre a frequência de cooperação para com uma possível vítima de bullying, utilizando uma versão adaptada do dilema do prisioneiro com 274 estudantes. O quinto estudo apresentou o desenvolvimento, a aplicação e a avaliação de uma intervenção cognitivo-comportamental universal para redução do bullying escolar em 58 participantes, utilizando uma compreensão evolucionista do fenômeno. Os resultados mostraram que a Psicologia Evolucionista pode ampliar a compreensão do bullying escolar, fornecendo informações articuláveis com o modelo de intervenção cognitivo-comportamental, favorecendo o desenvolvimento de programas antibullying promissores.