Banca de DEFESA: INGRID BRASILINO MONTENEGRO BENTO DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : INGRID BRASILINO MONTENEGRO BENTO DE SOUZA
DATA : 14/12/2018
HORA: 09:30
LOCAL: Anfiteatro das Aves
TÍTULO:

Depressão experimental induzida pela administração aguda e repetida de dexametasona em camundongos: ferramenta para estudo do potencial antidepressivo de antagonistas NOPa


PALAVRAS-CHAVES:

Dexametasona, Receptor glicocorticoide, Depressão maior, Modelo animal, Nociceptina/orfanina FQ.


PÁGINAS: 126
RESUMO:

A depressão maior pode ser desencadeada por eventos estressantes que desregulam a resposta do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, promovendo em algumas circunstâncias elevação sustentada dos níveis de glicocorticoides circulantes. A hipersecreção de glicocorticoides pode alterar a funcionalidade receptores de glicocorticoides (rG) em nível de SNC, principalmente quanto ao eixo HPA e o hipocampo, gerando anormalidades comportamentais que são observadas em pacientes com depressão. Evidências clínicas e pré-clínicas sugerem efeito antidepressivo decorrente do bloqueio do receptor NOP. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos comportamentais da administração aguda e crônica da dexametasona em camundongos e do antagonista do receptor NOP, SB-612111, neste modelo experimental. Para isso, foram utilizados camundongos Swiss machos e fêmeas. O comportamento do tipo depressivo foi avaliado através do Teste de Suspensão pela Cauda (TSC), do splash test e do teste de interação social, além disso, a atividade locomotora espontânea dos camundongos foi mensurada em campo aberto. A dexametasona (64 µg/kg, s.c.) de forma aguda foi capaz de alterar o comportamento dos camundongos, induzindo um estado do tipo depressivo em machos e fêmeas, por elevar o tempo de imobilidade TSC, a latência para a autolimpeza no splash test e reduzir a frequência de interações com um animal desconhecido. O tratamento com os antidepressivos Nortiptilina (i.p) e Venlafaxina (i.p) reverteu a maior parte destes comportamentos, a exceção da interação social. Ainda, a dexametasona administrada agudamente não afetou a lomocoção espontânea dos animais, porém a administração aguda de Nortiptilina e Venlafaxina reduziu significativamente a distância percorrida. Além disso, os dados apontam para alteração comportamental semelhante em machos e fêmeas, caracterizando, assim, esse protocolo como bom indutor de depressão experimental. O tratamento com antagonista do receptor NOP reverteu o comportamento do tipo depressivo causado pela administração aguda da dexametasona no TSC e reduziu a latência para autolimpeza no splash test, sem alterar a locomoção dos camundongos. Para o protocolo repetido, a dexametasona (16 µg/kg, s.c.) foi administrada durante 14 dias e o comportamento mensurado em dois momentos (oitavo e décimo sexto dia). Nos sete primeiros dias a dexametasona traçou um perfil tipo depressivo respondendo com a elevação da imobilidade no TSC e o aumento de latência no splash test sem alterar a locomoção em campo aberto. O tratamento com imipramina reverteu o aumento da imobilidade no TSC e o aumento da latência para autolimpeza no splash test. Em conclusão, os dados sugerem que a dexametasona aguda e repetida induz um efeito do tipo depressivo que é revertido pelos antidepressivos convencionais e pelo bloqueio do receptor NOP (agudamente). Ainda, pode-se concluir que a administração de dexametasona é um protocolo eficaz para indução da depressão experimental em camundongos machos e fêmeas . Em última análise, estes dados fornecem evidências quanto ao potencial terapêutico de antagonistas NOP no tratamento da depressão.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1645202 - ELAINE CRISTINA GAVIOLI
Externo à Instituição - FLAVIO FREITAS BARBOSA - UFPB
Externo à Instituição - IRIS UCELLA DE MEDEIROS - EBSERH
Interno - 2140860 - ROVENA CLARA GALVAO JANUARIO ENGELBERTH
Externo ao Programa - 1720860 - VANESSA DE PAULA SOARES RACHETTI
Notícia cadastrada em: 09/11/2018 15:58
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