Estresse, após a aprendizagem, reduz a persistência de uma memoria aversiva em ratos
Persistência de memória, Memória aversiva, c-fos, EGR-1, Estresse agudo.
Aprendizagem e memória são fenômenos relacionados à plasticidade do sistema nervoso central em resposta aos eventos ambientais; já as emoções refletem a capacidade que os organismos têm de atribuir valências a esses eventos, tornando o aprendizado das memórias aversivas mais fortalecido e com um maior tempo de persistência. O armazenamento persistente é uma das características mais marcantes das memórias de longa duração. A persistência da memória é controlada por processos celulares e moleculares, como a ativação de proteínas, como o c-fos e EGR-1, após a aprendizagem de uma tarefa comportamental; e é passível à modulação por agentes externos, como o estresse, que tem como seu produto final a liberação de hormônios glicocorticóides. Esses hormônios, além de alterarem o metabolismo do organismo e exercerem efeito sobre as funções cognitivas, também influenciam a síntese de novas proteínas, podendo assim, modular a duração das memórias. Assim, o objetivo do nosso trabalho foi investigar a modulação exercida pelo estresse agudo, aplicado após o treino, sobre a persistência de uma memória aversiva em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado, um aparato que avalia simultaneamente aprendizagem, memória, ansiedade e atividade locomotora. Nossos resultados indicaram que o tempo de persistência da memória nessa tarefa é de 5 dias, acompanhado de um aumento de c-fos e EGR-1 cerca de 18 horas após o treinamento. Ainda, o estresse, aplicado após o treinamento dos animais, diminuiu essa persistência para 3 dias, possivelmente pela ação dos glicocorticoides liberados após o evento estressor.