Empatia e reciprocidade em ratos Wistar.
Comportamento pró-social, Cooperação, Empatia.
O comportamento pró-social está presente em diversas ações da vida em grupo. Vários fatores podem estar envolvidos na sua motivação, sendo a empatia um deles. A empatia é bem descrita no campo das emoções humanas, porém pouco conhecida e bem controversa quando se trata de estudo do comportamento animal. O objetivo do nosso trabalho foi investigar o comportamento pró-social em ratos a partir de um protocolo experimental para estudo de empatia e pró-socialidade em ratos. Os ratos foram previamente alocados durante duas semanas em pares e foram mantidos assim até o final do protocolo experimental. O protocolo foi dividido em 4 fases que tiveram cada uma duração de 12 dias, com sessões diárias de 30 minutos. A primeira fase testou o comportamento de ajuda motivado por empatia, a segunda testou a reciprocidade direta, a terceira verificou se havia reciprocidade generalizada e a quarta permitiu observar o animal diante da caixa vazia. Durante as sessões um dos ratos era mantido em uma caixa restritora de acrílico, a qual só poderia ser aberta externamente, enquanto o parceiro tinha acesso livre a arena. O comportamento dos animais foi registrado por câmeras e analisados através de um software de rastreamento para que pudéssemos avaliar o comportamento de ajuda. Analisamos a latência e taxa de abertura ao longo dos dias, bem como ocupância de áreas e taxa de entrada na caixa restritora após abertura. No primeiro dia da primeira fase os animais tiveram uma latência maior do que nos demais dias, pois ainda não conheciam a tarefa. Porém ao longo das sessões esta latência diminuiu e se manteve baixa até o final do experimento, em todas as demais fases. Os animais mantiveram uma alta taxa de abertura da caixa restritora durante todo o experimento. Também observamos uma alta taxa de entrada na caixa pós-abertura, em todos os dias de experimento. O gráfico de ocupância mostrou que os animais passavam mais tempo na área restrição. Dessa forma, a caixa restritora parece não se caracterizar como ambiente aversivo para o animal preso nem tampouco para o libertador. Este resultado pode dever-se a uma preferência natural que roedores possuem por ambientes fechados, com isso, nos questionamos qual a natureza da motivação que os animais tem para a libertação do seu parceiro. Assim, concluímos que outros experimentos se fazem necessários para que possamos esclarecer qual a motivação principal para a abertura da caixa restritora.