Avaliação dos efeitos do extrato de Passiflora cincinnata Masters em camundongos: efeitos na ansiedade e potencial neuroprotetor
Produtos naturais, Passiflora cincinnata, Ansiedade, Doença de Parkinson.
Os transtornos de ansiedade e a doença de Parkinson são patologias que atingem uma grande parcela da população. Grande parte das alternativas terapêuticas para essas patologias não contribui para melhora de todos os aspectos clínicos e/ou acarreta efeitos colaterais indesejáveis, havendo assim uma grande demanda para o desenvolvimento de novos fármacos. A Passiflora cincinnata Mast., planta conhecida popularmente por “maracujá do mato”, “maracujá tubarão” ou “maracujá mochila”, é uma espécie nativa presente em diversos estados brasileiros. As espécies do gênero Passiflora são muito conhecidas por suas flores vistosas, seus frutos comestíveis de sabor marcante e por suas propriedades sedativas, tranquilizantes e ansiolíticas relatadas pela medicina popular. São plantas que apresentam compostos orgânicos importantes como fenóis, glicosídeos cianogênicos, alcalóides e flavanóides, sendo estes responsáveis pelas atividades ansiolítica, antioxidante, antiinflamatória, anti-hiperglicêmica, entre outras quando testadas em mamíferos. Apesar disto, poucos são os estudos realizados no sentido de investigar os possíveis efeitos biológicos in vivo do extrato da espécie Passiflora cincinnata Mast. Então, neste estudo avaliamos o efeito do extrato alcoólico desta planta na ansiedade e em um modelo animal da doença de Parkinson. O extrato etanólico de P. cincinnata demonstrou atividade ansiogênica no labirinto em cruz elevado, na dose de 25 mg/kg, quando administrada agudamente, diminuindo a frequência de mergulho de cabeça protegido (PHD). Essa atividade também foi observada na sessão de treino da esquiva discriminativa no labirinto em cruz, após 18 dias de administração do extrato, acarretando um aumento na frequência de postura de extensão corporal (SAP). Em relação ao potencial neuroprotetor, como demonstrado anteriormente por nosso grupo, a administração de injeções repetidas de reserpina induz prejuízos motores progressivos, como o aumento no tempo de catalepsia em barra, aumento da frequência de tremor de mandíbula e mastigação no vácuo, e redução na velocidade média dos animais no campo aberto, bem como inibiu a produção de tirosina hidroxilase em células do SNpc. Além disso, este tratamento promoveu prejuízo na evocação da memória aversiva nos camundongos submetidos a esquiva discriminativa no labirinto em cruz elevado. Em contrapartida, a injeção concomitantemente com extrato etanólico de P. cincinnata, foi capaz de retardar o surgimento de déficits motores avaliados pela catalepsia em barra, e mais, reverteu o déficit na produção de TH na SNpc.