A percepção das informações das características da face infantil por adultos e crianças sob uma perspectiva evolucionista.
Esquema infantil, fofura, cuidado, comportamento humano, psicologia evolucionista.
As informações da face infantil eliciam atenção e sentimentos de cuidado parental, e modulam as interações entre adultos e crianças. Lorenz propôs que as respostas dos adultos às informações infantis são providas por um conjunto de características da face conhecidas pelo termo esquema infantil. Esse quando comparado ao padrão adulto na espécie humana apresenta a seguinte morfologia: olhos grandes em relação à cabeça; testa proeminente em relação ao tamanho da face; cabeça arredondada e grande em relação ao corpo; boca e nariz pequenos e bochechas arredondadas e salientes. Apesar de vários trabalhos enfatizarem as respostas positivas às faces infantis não achamos resultados consistentes sobre em qual período da infância os atributos físicos funcionam como marcadores de fofura da percepção dos indivíduos. Escrevemos dois artigos empíricos sobre a percepção de fofura das faces infantis por crianças e adultos, e a motivação de comportamentos afetivos e de cuidado direcionado às crianças-estímulo. Para isso, utilizamos 60 fotos das faces não manipuladas graficamente de diferentes crianças-estímulo de 4 a 9 anos de idade. Para os sujeitos experimentais adultos eram mostrados dez fotos-estímulo e para as crianças quatro fotos-estímulo por vez, num total de seis rodadas. Nossos resultados apontam que ambos os participantes julgaram de forma similar a fofura das faces infantis, e as características físicas marcadoras dessa percepção foi verificada apenas para as crianças-estímulo mais novas. O reconhecimento do esquema infantil por indivíduos de diferentes idades e gêneros confere a universalidade e potência dos atributos físicos infantis. Sob a perspectiva evolutiva a resposta à face infantil é significante por assegurar investimento parental e aloparental, e a sobrevivência das crianças.