INFLUÊNCIA DA VISÃO DE CORES E DA FORMAÇÃO DE IMAGEM DE PROCURA NA DETECÇÃO DE INSETOS POR SERES HUMANOS
alvos camuflados; cenários naturais; insetos conspícuos; fenótipos visuais humanos.
Insetos são um grupo abundante e fazem parte da dieta de muitos predadores. Para evitá-los, alguns insetos usam cores para se mesclar no ambiente, enquanto outros utilizam cores chamativas para avisar que não são palatáveis. O uso das cores dos insetos pode ajudá-los a sobreviver, porém a visão de cores do predador pode quebrar a camuflagem. Aqui, investigamos o fenótipo visual do predador, o tipo de coloração e tamanho do inseto. Com base nisso, nossa pesquisa objetiva determinar dentre humanos dicromatas e tricromatas quem possui vantagem na detecção de insetos. Estes utilizam diferentes colorações, como por exemplo: a coloração disruptiva, aposemática e background matching, além disso nós também verificamos se o tamanho do alvo (grande e pequeno) influência na detecção. Para isso, preparamos e editamos fotos de insetos na Trilha dos Saguis na UFRN e selecionamos 40 participantes, sendo eles 20 tricromatas e 20 dicromatas. Os participantes tocaram em um monitor touchscreen escolhendo uma foto entre quatro, sendo que apenas uma tem o estímulo positivo (foto contendo o inseto) e três com os estímulos negativos (fotos contendo a paisagem sem o inseto). Nossos resultados apontam: na latência de acerto dos alvos, os tricromatas são mais rápidos na detecção dos insetos quando apresentam a coloração aposemática, background matching e quando os alvos são menores. Na coloração disruptiva e quando os alvos são grandes não há diferença significativa entre dicromatas e tricromatas. Em relação ao número de acertos dos alvos, os dicromatas detectam mais insetos, principalmente quando possuem coloração background matching e quando os alvos são pequenos quando comparados com tricromatas. Já na coloração disruptiva e aposemática, os tricromatas acertaram mais que o esperado, quando comparado com os dicromatas. Nossos resultados apontam: tricromatas são mais rápidos e detectam mais insetos aposemáticos e com coloração disruptiva, pois essas cores conspícuas são eficientes contra predadores dicromatas, contudo a tricromacia favorece ao predador a detecção desses alvos. Os dicromatas detectam mais alvos, principalmente quando são pequenos e com coloração background matching, isso ocorre devido ao ruído cromático, que prejudica mais os tricromatas, já que eles distinguem melhor as cores, porém essa energia usada para distingui-las prejudica na identificação de pistas acromáticas, diferente dos dicromatas que conseguem redirecionar essa energia e usá-la para identificar pistas acromáticas, favorecendo uma melhor avaliação de formas, contornos e texturas.