Capacidade antioxidante in vitro e avaliação da toxicidade aguda in vivo de extratos de folhas de Licania rigida Benth., Licania tomentosa (Benth.) Fritsch e Couepia impressa Prance (Chrysobalanaceae)
Chrysobalanaceae, extratos, espécies reativas de oxigênio, capacidade antioxidante.
Licania rigida Benth. L. tomentosa (Benth.) Fritsch, e Couepia impressa Prance (família Chrysobalanaceae) são plantas utilizadas pela medicina popular do Nordeste do Brasil, sob a forma de extratos e infusões para o tratamento de diversas doenças, como inflamações e diabetes. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade antioxidante dos extratos aquoso, etanólico e hidroetanólico das folhas dessas espécies, utilizando vários sistemas de ensaio in vitro (poder redutor, capacidade de sequestro do radical DPPH, o sistema β-caroteno/ácido linoleico e a inibição da peroxidação lipídica em homogenato de cérebro de ratos, utilizando as substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico (SRAT)). Ainda, a toxicidade oral aguda dos extratos aquosos foi avaliada in vivo. Os resultados revelaram extratos com alto poder redutor, capacidade de sequestro do radical DPPH e de proteção no sitema β-caroteno/ácido linoleico, bem como a capacidade de impedir a formação de SRAT em homogenato de cérebro de rato, de maneira concentração-dependente. Além disso, todos os extratos apresentaram um elevado teor de compostos fenólicos, em especial os extratos etanólicos de L. rigida e C.impressa (149,68 ± 0,27 e 96,26 ± 1,24 equivalentes de catequina mg/g de extrato, respectivamente). Todos os extratos etanólicos apresentaram um alto teor de flavonoides (96,71 ± 1,32, 38,97 ± 0,52 e 34,92 ± 2,6 equivalentes de quercetina mg/g de extrato para L. rigida, L tomentosa e C. impressa). Os resultados indicaram que todos os extratos possuem uma significativa atividade antioxidante nos sistemas oxidativo in vitro, maior do que Carduus marianus (o antioxidante de referência). No entanto, o extrato hidroetanólico de C. impressa apresentou os melhores resultados. O conteúdo em fenólicos e flavonoides pode ser responsável por essa capacidade antioxidante. Quanto à toxicidade oral aguda in vivo do extrato aquoso, nenhum efeito tóxico foi observado em relação às avaliações fisiológica, bioquímica e de parâmetros hematológicos. Com base em seu potencial antioxidante, esses extratos podem encontrar aplicação na prevenção de doenças relacionadas aos radicais livres.