ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE SNPs COM A PREDISPOSIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER DE TIREOIDE EM PACIENTES DA LIGA NORTE-RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER
Câncer; tireoide; biomarcadores; SNPs; predisposição.
O câncer de tireoide (CT) é o tumor endócrino mais comum e corresponde a 1% de todas as neoplasias malignas. O número de casos diagnosticados vem aumentando e estima-se que surjam 212 mil novos casos anuais no mundo. Este carcinoma se encontra associado a diversos fatores ambientais e genéticos. Atualmente, não há nenhum estudo de predisposição genética ao CT realizado na população miscigenada do Rio Grande do Norte, local cuja indecência é elevada em comparação a média da população brasileira. Desta forma, o presente projeto busca avaliar a predisposição genética da população local em desenvolver o CT, a fim de compreender melhor a fisiopatologia desta doença e estabelecer potenciais biomarcadores de predisposição. Neste intuito, foi selecionado material histopatológico do banco de amostras do laboratório de Patologia da LIGA para compor o grupo de estudo, e sangue periférico de doadores do banco de sangue Hemovida, como grupo controle. O DNA genômico das glândulas tireoide emblocadas em parafina e sangue periférico dos controles foram extraídos utilizando o conjunto de reagentes QIAamp® DNA FFPE Tissue e QIAamp® genomic DNA, respectivamente. A genotipagem de um painel de 84 SNPs foi executada através do espectrofotômetro de massa MALDI-TOF Sequenom® MassARRAY iPLEX Gold, em colaboração com o Centro Nacional de Genotipagem de Santiago de Compostela – Espanha. Trinta e um SNPs mostraram diferenças significativas em suas frequências alélicas quando comparados entre os casos e controles. Destes, 20 SNPs foram associados ao risco de desenvolvimento do CT, destacando-se as variantes rs10788123 (OR= 2,52), rs116909374 (OR= 2,98), rs965513 (OR= 2,47) e rs9927976 (OR=2,38), por conferir maior risco aos pacientes. Adicionalmente, 11 SNPs se apresentaram como um fator de proteção para o não desenvolvimento desta neoplasia. Desta forma, o presente estudo, inédito na população do Rio Grande do Norte, sugere a associação destes SNPs como biomarcadores de predisposição de CT nesta população.