Sensibilidade analítica e detecção do Trypanosoma cruzi no sangue de indivíduos chagásicos crônicos do Rio Grande do Norte pela Reação em Cadeia de Polimerase
Doença de Chagas, diagnóstico parasitólogico; Reação em Cadeia da Polimerase; Trypanosoma cruzi, DTUs.
O Trypanosoma cruzi está subdividido em seis Unidades de Tipagem Discreta (Discret Typing Units - DTUs), TcI-TcVI. No semiárido do Rio Grande do Norte (RN), TcI, TcII e TcIII foram identificados em triatomíneos e humanos. Este estudo objetivou avaliar a sensibilidade analítica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para a detecção do Trypanosoma cruzi em TcI, TcII e TcIII e no sangue total de indivíduos crônicamente infectados procedentes do semiárido do Rio Grande do Norte. Diluições de parasitos e DNA das DTUs I, II e III isoladas de indivíduos com hemocultura positiva e 100 amostras de sangue de moradores de comunidades rurais de diferentes municípios do RN com sorologia reativa foram submetidos a PCR para a detecção do DNA do cinetoplasto (kDNA) e da região microssatélite (SatDNA) do T. cruzi. A sensibilidade analítica da genotipagem das DTUs foi realizada com os marcadores: subunidade II do citocromo oxidase-gene mitocondrial (CO II), domínio divergente do gene 24S do DNA ribosomal (rRNA) e espaçador intergênico do T. cruzi (SL-IR). Os ensaios de sensibilidade analítica demonstraram variações de amplificação entre as DTUs com melhor desempenho do kDNA em relação ao SatDNA. Nas amostras de indivíduos chagásicos crônicos, 36% amplificaram o fragmento de 330pb do kDNA, enquanto 19% destas mesmas amostras amplificaram o fragmento de 188pb do SatDNA. Todas as amostras positivas para o SatDNA também foram no kDNA. Nas amostras positivas na PCR 75,0% foram de indivíduos não tratados e 25,0% de tratados. A análise empregando o CO II, rRNA e SL-IR apresentaram variações de amplificação entre as DTUs, porém não foram efetivas nas diluições de 0,5 a 0,00005 parasito/mL e também na genotipagem das amostras de sangue de individuos chagásicos crônicos. A menor positividade encontrada no RN provavelmente está relacionada com a constituição genética do parasito, bem como fatores como o genótipo circulante, tratamento etiológico, virulência ou susceptibilidade á resposta imune que influenciam na parasitemia e, consequentemente, na detecção pela PCR.