Alcaloides de Selaginella convoluta: investigação química e do potencial antifúngico
Selaginella convoluta, anabasina, Caatinga, fingerprint metabólico, antifúngicos
Selaginellaceae, constituída por um único gênero, Selaginella, tem se destacado pelo fato de ter resistido à extinção nos períodos Triássico e Permiano. Espécies de Selaginella são susceptíveis a dessecação, no entanto algumas dessas espécies desenvolveram a capacidade de sobreviver quando os tecidos vegetativos estão processo de dessecação. Nesse contexto, Selaginella convoluta, espécie pertencente a essa família, é nativa do Brasil e tem se destacado pelo seu uso popular. No nordeste do Brasil tem sido bastante utilizada para tratar enfermidades relacionadas ao sistema reprodutor feminino. Ainda, percebe-se que são escassos os estudos sobre a investigação de moléculas bioativas importantes como os alcaloides neste gênero. O objetivo deste estudo é analisar o fingerprint metabólico de Selaginella convoluta na condição seca e irrigada, investigar a fitoquímica, através da identificação estrutural dos seus alcaloides, bem como avaliar o potencial da fração enriquecida com alcaloides frente a fungos leveduriformes. Nossos resultados do fingerprint metabólico apontam diferenças no espectro de RMN nas regiões de aminoácidos, carboidratos e aromáticos quando comparando as partes aéreas da condição seca com a irrigada. Ainda, anabasina, um alcaloide piridina foi identificado pela primeira vez em Selaginellaceae e também em pteridófitas. Anabasina apresentou propriedades antifúngicas contra Candida krusei and Cryptococcus neoformans. Finalmente, as análises realizadas das frações das raízes obtidas através de partição líquido-líquido sugeriram a presença de derivados de poliaminas, possíveis precursores de alcaloides; no entanto a escassa biomassa das raízes não permitiu isolamento e elucidação estrutural até o momento.