SOBRE A IDEIA DE AUTENTICIDADE DA VIDA HUMANA NA ÉTICA DE HANS JONAS
O presente trabalho discute como o dualismo gnóstico contribuiu para a percepção do ser humano como entidade distinta da natureza. Discorre sobre como o alheamento do homem com o mundo foi intensificado a partir da revolução mecanicista iniciada com o pensamento copernicano e fortalecida a partir da teoria evolucionista de Darwin. Aponta como o desenvolvimento progressivo de uma noção metafisicamente neutra do homem contribuiu para a sua colocação como objeto da técnica moderna. Apresenta a proposta jonasiana de superação do dualismo por meio de um monismo integral, no qual o fenômeno da vida passe a ser compreendido como uma unidade entre corpo e mente. Discute como tal perspectiva pode ressignificar o papel do ser humano junto à natureza, sobretudo no que diz respeito à manutenção do processo evolutivo. Sistematiza o pensamento de Hans Jonas a respeito dos elementos que integram a noção de vida humana autêntica, base de sua ética da responsabilidade, contrapondo tal imagem do homem à possibilidade de desfiguração oriunda do progresso técnico.