INTERAÇÃO DE FUNGOS E BACTÉRIAS NA SOLUBILIZAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO DE ROCHAS PARA PRODUÇÃO DE BIOFERTILIZANTES
Rochas, solubilização, biofertilizantes, Paenibacillus polymyxa.
O objetivo desse estudo foi avaliar a inoculação e co-inoculação de diferentes microrganismos na solubilização de fósforo e potássio de rochas moídas avaliando o melhor desempenho microbiano(s) na produção de biofertilizantes comparando com as rochas puras nas propriedades químicas do solo, bem como verificar o efeito da inoculação da bactéria Paenibacillus polymyxa na absorção dos minerais solubilizados no desenvolvimento do feijão caupi ( Vigna unguiculata [L.] Walp.). Foram lançados dois experimentos, onde o primeiro foi conduzido no Laboratório de Engenharia Bioquímica (UFRN) por 72 dias em Placas de Petri, onde o pó de rocha era acrescido de 10% de enxofre e inoculadas e co-inoculadas com com 6mL de suspensão bacteriana de Paenibacillus polymyxa cultivada em meio TSB (Silva, 2003), Ralstonia solanacearum em meio Kelman (1954), Cromobacterium violaceum em meio Luria-Bertani e Acidithiobacillus thiooxidans em meio TK (Tuovinen e Kelly, 1973), e dos fungos Penicillium fellutanum e Tricoderma humatum em malt extract (2% malt extract, 0,1% peptone, 2% glucose) e (2% malt extract) respectivamente. A cada 12 dias, amostras eram retiradas a fim de construir -se a curva de liberação dos minerais. Neste ensaio foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado com três repetições. O segundo experimento foi conduzido em casa de vegetação, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) em delineamento experimental em blocos ao acaso, onde utilizou-se 10 kg de um Argissolo Amarelo Distrófico por vaso com adição dos tratamentos super fosfato simples (SS), cloreto de potássio (KCl), rocha pura, biofertilizantes nos níveis 40, 70, 100 e 200% da recomendação para SS e KCl, e uma testemunha, inoculados ou não com a bactéria P.polymyxa. Foram utilizadas sementes previamente esterilizadas da cultivar de caupi BRS Potiguar e co-inoculadas com 2mL da suspensão bacteriana de Bradyrhizobium japonicum e 1mL de P.polymyxa. A primeira colheita foi realizada 45 dias de plantio, onde foram avaliados a matéria seca da parte aérea (MSPA), teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg,) e micronutrientes (Zn, Fe, Mn) na MSPA. E a segunda aos 70 dias avaliando teores de micronutrientes na planta e no solo, e a capacidade máxima de adsorção de P no solo. Os resultados mostraram que houve sinergismo nas co-inoculações com P.polymyxa+R.solanacearum, e com P.polymyxa+C.violaceum proporcionando maiores solubilizações de K e P respectivamente, apresentando melhor tempo de solubilização aos 36 dias. Houve efeito da fertilização na absorção dos macronutrientes, com melhores resultados para P, K e MSPA com SS+KCL, e N, Ca e Mg para os biofertilizantes. De modo geral, o P.polymyxa não influenciou na absorção dos elementos na planta. Nas propriedades químicas do solo, o ph foi mais reduzido nos biofertilizantes de maiores níveis, porém houve melhoras com sua adição especialmente para P no maior nível. Para Ca K foi melhor com o SS+KCl, e para Mg rocha pura. No tratamento não inoculado com o P.polymyxa o fertilizante químico obteve média significativamente superior para peso e número de grãos. E na presença da bactéria, biofertilizantes e fertilizante químico apresentaram valores positivos em relação a rocha e testemunha. Os dados evidenciam que as rochas e os biofertilizantes puderam suprir a necessidade de nutrientes às plantas revelando-se como potencial para uma agricultura sustentável. O aperfeiçoamento deste processo exige ainda uma avaliação de adequação do melhor tempo para incubação do biofertilizante adicionado ao solo. Para a capacidade máxima de adsorção (CMAP) o tratamento testemunha e o químico apresentaram valores significativamente mais elevado s e mais baixo, respectivamente, em relação aos demais. Houve redução significativa da CMAP com o aumento da dose do biofertilizante. Enquanto a aplicação das rochas não alter ou a CMAP no solo.