Monitoramento e controle do ciclo estral de espécies silvestres do bioma caatinga
Monitoramento, ciclo estral, espécies silvestres, sincronização estral, hormônios exógenos.
Com o intuito de aperfeiçoar o manejo em cativeiro, a sua conservação ou multiplicação, bem como aprimorar a aplicabilidade das biotécnicas reprodutivas, é primordial o conhecimento das características reprodutivas fisiológicas. Nesse contexto, o entendimento da fisiologia reprodutiva das diferentes espécies silvestres, bem como a possibilidade de se controlar de modo assistido a reprodução, surgem como alternativas que permitem sua manutenção ex situ e in situ. Nesse contexto, o presente estudo teve como obsjetivo discorrer sobre a ciclicidade estral e os métodos existentes utilizados na manipulação do estro, enfatizando o hormonioterapia. Adicionalmente, estudou-se fisiologia reprodutiva de fêmeas de tatus-peba, mantidas em cativeiro, utilizando disintos métodos de monitoramento. Foram utilizadas cinco fêmeas adultas, que a cada três dias, durante 90 dias, foram quimicamente contidas com a associação de cetamina e xilazina. Em cada ocasião, foram obtidas amostras de sangue para dosagem de progesterona e estradiol. Além disso, os ovários foram avaliados por ultrassonografia (8 MHz). Alterações na aparência vulvar foram monitoradas diariamente durante a fase luteal e folicular. Um total de 8 ciclos foram monitorados. A fase folicular durou 8,8 ± 1,4 dias, e secreção sanguinolenta vaginal, vulvar edema, presença de muco e facilidade de introdução do swab foram verificados nesse período. As fêmeas apresentaram um pico de estrogênio de 240,66 ± 12,69 pg / ml, em média, com o predomínio de células superficiais na citologia vaginal, com visualização de folículos ovarianos por ultrassom. A fase lútea durou em média 15,62 ± 2,1 dias, sendo caracterizada pela ausência de secreção sanguinolenta e dificuldade de introduzir o swab. Nesse período, verificou-se aumento nos níveis de progesterona (10,83 ± 1,86 ng / ml) nas fêmeas, sendo o corpo lúteo identificado por meio de ultrassonografia, em 60% dos ovários avaliados. Assim, foi possível identificar que as fêmeas de tatu-peba apresentam um ciclo estral com duração de 23,5 ± 3,12 dias, com uma fase folicular de 8,8 ± 1,4 dias e 15,62 ± 2,1 dias de fase lútea. Salienta-se que a presente proposta de tese será ainda composta por estudos referentes ao controle do ciclo estral em cutias e catetos, sendo que os mesmos encontram-se em fase de conclusão.