Estudo imuno-histoquímico da expressão do GLUT-1 e mensuração do índice angiogênico (CD-34) em adenomas pleomórficos, carcinomas adenóides císticos e carcinomas mucoepidermóides de glândulas salivares.
Adenoma pleomórfico, carcinoma adenoide cístico, carcinoma mecoepidermóide, proteína facilitadora do transporte de glicose (GLUT-1), índice angiogênico, CD34.
A expressão da proteína facilitadora do transporte de glicose tipo 1 (GLUT-1), bem como a angiogênese, tem sido relacionada ao comportamento clinico e agressividade em neoplasias de origem diversas. Acredita-se que a expressão desta proteína denote a demanda metabólica das células tumorais e, assim, a sua influencia na formação de novos vasos sanguineos. O adenoma pleomórfico (AP) e os tumores carcinoma adenoide cístico (CAC) e carcinoma mucoepidermóide (CME) representam, respectivamente, as neoplasias benignas e malignas mais frequentes das glândulas salivares. O propósito deste estudo foi comparar a expressão imuno-histoquímica da GLUT-1, bem como sua correlação com a angiogênese em casos de APs, CACs e CMEs levando em consideração suas gradações histológicas. A amostra foi composta por 20 APs, 20 CACs e 10 CMEs. Os casos foram analisados e classificados pelos seus graus histológicos. A expressão da GLUT-1 foi avaliada no parênquima das lesões, estabelecendo-se o percentual de células imunopositivas, de acordo com os escores: 0 (coloração ausente), 1 (até 25% das células tumorais imunomarcadas), 2 (de 25-50% das células tumorais imunomarcadas) e 3 (mais de 50% das células tumorais imunomarcadas). O índice angiogênico foi analisado por meio da contagem de microvasos imunomarcados pelo anticorpo anti-CD34, em 5 campos (200x). A análise da expressão da GLUT-1 nos parênquimas tumorais revelou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos benignos e malignos (p = 0,022). O número médio de microvasos foi de 40,4 em APs, 21,2 em CACs e 66,5 em CMEs, com diferenças significativas entre os grupos (p < 0,001). Infelizmente, não foi possível fazer uma análise comparativa entre os graus histológicos dos tumores dentro de cada grupo, pelo fato de existirem poucos casos de alguns subtipos histológicos. Quando analisados a expressão da GLUT-1 e índice angiogênico em conjunto, não houve correlação significativa entre a quantidade de microvasos e a expressão da GLUT-1 (r = 0,211; p = 0,141). Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que as diferenças no comportamento biológico entre APs, CACs e CMEs podem estar relacionadas à expressão da GLUT-1. Tumores benignos e malignos de glândulas salivares exibem diferenças no número médio de microvasos, com maiores índices nos tumores considerados mais agressivos. O número de microvasos neoformados pode ser independente da demanda metabólica das células tumorais.