Expressão imuno-histoquímica de IL-17, TGF-β e FOXP3 em granulomas periapicais, cistos radiculares e cistos radiculares residuais
Doenças periapicais, citocinas, linfócitos T reguladores, células Th17, imuno-histoquímica.
Lesões periapicais crônicas são condições inflamatórias dos tecidos perirradiculares consideradas sequelas diretas de processos infecciosos resultantes da necrose pulpar e consequente progressão para a região periapical. A participação da resposta imunológica e da reabsorção óssea na formação destas lesões tem sido bastante investigada, de modo que diversos tipos celulares e citocinas foram apontados como colaboradores deste processo. Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou avaliar a expressão imuno-histoquímica da IL-17, TGF-β e FoxP3 em granulomas periapicais (GPs), cistos radiculares (CRs) e cistos radiculares residuais (CRRs) através de análise quantitativa, buscando um melhor entendimento sobre a etiopatogênese destas periapicopatias. Para tanto, foram selecionados 20 casos de GPs, 20 de CRs e 10 de CRRs para serem submetidos à análise morfológica e imuno-histoquímica para os biomarcadores supracitados, sendo esta última realizada através de escores e percentuais médios de imunomarcação para a análise da IL-17 e do TGF-β, enquanto que para o FoxP3 foram contados apenas os linfócitos positivos. Os resultados demonstraram diferenças estatisticamente significativas entre as imunoexpressões do TGF-β e do FoxP3 em relação as lesões periapicais pesquisadas (p = 0,002; p < 0,001, respectivamente), mas não entre a IL-17 e estas (p = 0,355). Além disso, a análise dos linfócitos FoxP3-positivos revelou diferenças estatísticas significativas no que se refere à intensidade do infiltrado inflamatório (p = 0,003) e também quanto à espessura do revestimento epitelial (p = 0,009). Por fim, observou-se nos casos de GPs, forte correlação positiva entre a quantidade de linfócitos FoxP3-positivos e a imunoexpressão do TGF-β (r = 0,755; p < 0,001), assim como moderada correlação positiva entre as imunoexpressões da IL-17 e do TGF-β (r = 0,503; p = 0,024). Destarte, pode-se concluir que interações entre células Th17 e Treg parecem ser estabelecidas no local da agressão, sugerindo a participação de citocinas tanto pró-inflamatórias como imunorregulatórias na patogenia das lesões periapicais.