ANATOMIA DA DOR: A BUSCA PELO RECONHECIMENTO DA FIBROMIALGIA COMO DEFICIÊNCIA
Fibromialgia; Reconhecimento; Deficiência; Etnografia; Corpo
Esta investigação antropológica analisa os processos sociais, políticos e jurídicos que envolvem o reconhecimento da fibromialgia como deficiência no Brasil. O estudo examina como atores sociais, instituições políticas e textos legais apreendem a experiência da fibromialgia, investigando os mecanismos através dos quais esta condição de dor crônica se transforma em marcador identitário para as pessoas que vivenciam a doença. Adotando a análise documental como ponto de partida metodológico, a pesquisa mapeia e compara as iniciativas legislativas estaduais que buscam equiparar a fibromialgia à condição de deficiência, examinando criticamente as categorias jurídicas mobilizadas nestes dispositivos legais e suas implicações na vida cotidiana dos sujeitos. Para além da descrição deste movimento político-jurídico, o trabalho problematiza as tensões conceituais e os efeitos sociais decorrentes desta classificação, articulando a discussão bibliográfica com uma abordagem etnográfica sensível às narrativas e experiências corporais. A investigação culmina com um capítulo final dedicado à análise das implicações do reconhecimento legal na subjetividade e nas trajetórias de vida das pessoas com fibromialgia, explorando especialmente as dimensões do sofrimento, da identidade e da cidadania biológica que emergem neste processo.