Processos socioculturais e territoriais indigenas em Ceara-Mirim/RN
Indígenas nordestinos; Resistência; Etnogênese; Ceará-Mirim.
A historiografia das populações indígenas brasileiras é sempre marcada por uma visão colonizadora eurocêntrica, que implica, necessariamente, um movimento de conquista e exploração, cujo resultado é a afirmação da extinção dessas sociedades ou da assimilação do indígena à cultura regional, criando-se, nesta última hipótese, a figura do caboclo ou do sertanejo. Essa falta constante de elementos que, apreendidos conjuntamente, terminam por não informar sobre um passado que não foi registrado nos livros de história ou em outras literaturas, tenta contradizer a existência de um povo que aqui habitou e foi obrigado a negar a sua própria existência para manter a sua sobrevivência. Esta pesquisa aborda a questão indígena de um município nordestino a partir de discussões que envolvem territorialização, o processo de invisibilização ao longo dos séculos, a etnicidade e a luta por direitos. Desse modo, o objetivo é investigar a resistência indígena em comunidades localizadas no município de Ceará-Mirim/RN (Aningas, Rio dos Índios, Lagoa Grande e Ponta do Mato), tendo como fios condutores a análise de sua história, das relações sociais ali desenvolvidas e da forma de organização sociopolítica articulada com as pautas reivindicatórias. Diante do contexto de reivindicações feitas pelas referidas comunidades, a pretensão é buscar entender de que forma vem se dando o processo de organização étnico-política dos indígenas, e suas possíveis construções, com vistas ao fortalecimento da identidade étnica.