A MATA DO CATU COMO LUGAR DE MEMÓRIA
Memória, Catu dos Eleuterios, mata
A ideia deste trabalho é estudar as memórias do Catu dos Eleotérios e a relação dos indígenas com a floresta sob uma perspectiva etnográfica, associando as histórias de vida e a representação pela natureza. São analisados os registros orais dos membros da comunidade indígena sobre a mata, os lugares de memória e o espaço ocupado tradicionalmente pelo grupo. Será realizado o estudo das narrativas orais das suas histórias de encantamento relacionadas as descrições nas práticas extrativistas às crenças pela mata. Esses registros são transmitidos através da tradição oral pelos anciãos, raizeiros, coletores e mulheres erveiras. Atualmente, o repasse dessa tradição oral pode desaparecer, com o território ameaçado pela poluição dos rios, o monocultivo da cana-de-açúcar, e pelo intenso desmatamento provocado pelo avanço dos canaviais. O principal resultado desses ataques ao território tradicionalmente ocupado é o deslocamento dos moradores que saem da aldeia para trabalhar nos centros urbanos. Esses problemas afetam ainda a preservação da fauna e flora do Catu e o acesso aos recursos naturais para realização de atividades produtivas; consequentemente a manutenção das suas memórias e dos conhecimentos pela tradição oral, por essa migração de indígenas pertencentes aos habitantes da floresta do Catu.