Trânsitos na prostituição: entre lugares, conexões e expectativas.
Prostituição; trânsitos; agência; gênero; sexualidade.
Esta etnografia foi construída para compreender as representações, dinâmicas culturais, os trânsitos estaduais, as possíveis idas e vindas das prostitutas no mercado do sexo. Para isto, analiso os trânsitos que constituem a prostituição feminina dentro de um circuito que compreende a Paraíba e Rio Grande do Norte, tomando como ponto central desse estudo a prostituição enquanto agência constituinte de escolhas e projetos individuais. O recorte etnográfico compreende espaços que margeiam rodovias Federais e estaduais, onde as mulheres constroem rotas específicas de trânsito e uma rede de apoio mútua. Nesse aspecto os trânsitos são organizados por elas e para que esse deslocamento seja possível viajam essencialmente de carona e com indicações ou contatos prévios dos cabarés para onde se deslocam. Nesse contexto identifico categorias que demarcam como a prostituição se desenvolve em cada cidade estudada, indicando que o ingresso na atividade é uma escolha que as mulheres fazem diante de suas possibilidades; econômicas, familiares e de acesso à educação. Compreendendo a prostituição enquanto uma atividade econômica que intercambia sexo e dinheiro. Nesse sentido, se apresenta enquanto uma atividade onde a mulher lida com o corpo e sexualidade constantemente e exerce a sexualidade para além da esfera doméstica. Por esse viés é possível notar como as prostitutas lidam com seus corpos para sanar necessidades econômicas. Compreender esse fator é o que vai dar base para pensar a prostituição para além da falta de oportunidade econômica.