SAL GROSSO E TERRA PRETA: POLÍTICAS DE MEMÓRIA E INCLUSÃO DAS TRAVESTIS NO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Museu; Memória; MIS/CE; Decolonialidade
Esta pesquisa analisa as ações recentes no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS/CE) no período entre 2023 e 2024 que propõem novas maneiras de ocupar o espaço museológico, com foco no primeiro Ateliê de Criação de Tecnologias Transvestigêneres, promovido pelo Programa Trair o Cistema. A presente pesquisa propõe um estudo de caráter etnográfico, inspirado pela abordagem de Tim Ingold (2011). A metodologia adotada neste estudo foi a travecametodologia desenvolvida por Isadora Ravena (2022) que desvelam zonas de feitiço e confabulações baseando-se no saber das travestis. Essa abordagem recusa a transparência e promove novas epistemologias e metodologias de criação em arte. O estudo também aborda a questão do tempo e da memória, ressaltando que a memória é continuamente construída no presente. A pesquisa demonstra, a partir das práticas e experiências das artistas envolvidas, como essas questões se tornam centrais na ocupação de espaços museológicos. A pesquisa adota uma abordagem decolonial, inspirada por reflexões de Françoise Vergès (2023), Frantz Fanon (1968) e Grada Kilomba (2019) que questionam as narrativas dominantes e destacam a importância da ocupação de espaços públicos por grupos historicamente marginalizados.