ENSINO DE CIÊNCIAS EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO: UMA PROPOSTA INCLUSIVA PARA O MUSEU DE CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS DA UFRN
Ensino de Ciências; Inclusão; Espaço Não-Formal de Ensino; Mídia Didital.
Como as águas de um rio onde não se banha uma segunda vez, como as páginas de um livro jamais relidas pelos mesmos olhos, como os olhares que se lançam e se ressignificam a cada flert. Sigo na busca por uma educação harmônica, sustentável, enculturada e plural, que respeite a diversidade. Faço uso do Museu de Ciências Biológicas (MCM) da UFRN como Espaços Não-Formais de Ensino para tornar acessíveis conteúdos de Ciências, através do conceito do Desenho Universal, com enfoque nos anos finais do Ensino Fundamental. Questionei-me que tipo de estratégias de ensino e/ou materiais poderiam ser criados e inseridos nesse espaço que viessem a acessibilizar experiências, informações, sensações, conhecimentos, aos visitantes do museu. Nessa perspectiva, trago como objetivo geral da minha pesquisa a proposta de ampliar as atividades de inclusão no Museu de Ciências Morfológicas da UFRN para o ensino de zoologia e ecologia através da produção de um conteúdo midiático digital em formatos acessíveis para pessoas com deficiência. Assim, a partir dos dados obtidos no diagnóstico do MCM, optei por atuar na sala do Museu do Mar trabalhando conteúdos dos anos finais do Ensino Fundamental. Escolhi como animal-símbolo a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), uma espécie marinha representativa não apenas para o MCM como para o estado do RN e para o Brasil, uma vez que se configura como Ameaçada de Extinção. Com foco na elaboração de um produto educacional constituído por um Kit Inclusivo “As Desventuras de Tetê – uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)”, composto por: um livro impresso e em formato digital, que conta com aspectos da audiodescrição; objetos de exploração tátil para enriquecimento da narrativa através de texturas, sons e formatos; o manual de suporte ao professor e/ou monitor do museu; e a estória em vídeo fazendo uso de uma narração entonada e pausada e da legendagem. Para construção do vídeo usei da técnica Draw my life em que a partir da estória narrada as imagens de aquarela se sobrepõem em uma edição acelerada, realizada no programa Sony Vegas Pro 15. O primeiro capítulo constituiu o vídeo-piloto que passou pela avaliação informal de cinco pessoas: uma aluna do EF, dois deficientes visuais, uma audiodescritora e uma especialista em legendagem para surdos e ensurdecidos. Como contribuições trouxeram sugestões para a melhoria na estética da legenda, a simplificação do vocabulário, a diminuição na velocidade do áudio, uma maior interatividade com o espectador e a inserção de notas introdutórias no início do vídeo. As etapas seguintes serão a de correção do produto; criação do manual para uso por parte de monitores em museus e/ou professores em sala de aula, validação do kit por parte dos mesmos sujeitos citados anteriormente através de uma entrevista semiestruturada e, por fim a realização de uma palestra para os monitores, professores e funcionários do MCM apresentando o “Kit Inclusivo”.