CARACTERIZAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA.
Transtorno do espectro autista, aprendizagem, leitura.
Introdução: Condições extrínsecas e intrínsecas do indivíduo podem impactar diretamente na leitura escrita. Assim, compreender esses mecanismos contribuem para identificar e conduzir as necessidades específicas da criança. Nos casos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), com a complexidade do desenvolvimento da linguagem, estes sujeitos podem apresentar dificuldades nos âmbitos acadêmico e social. Apesar de existirem avanços nas estratégias de intervenção, observa-se que informações mais precisas sobre estas ainda são limitadas. Essa dissertação foi dividida em dois estudos, com os seguintes objetivos: Estudo 1: investigar o desempenho em linguagem escrita em crianças e adolescentes com TEA. Estudo 2: verificar o desenvolvimento das habilidades preditoras de leitura e da linguagem escrita de crianças e adolescentes com TEA, pré e pós intervenção. Método do estudo 1: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo. A amostra foi composta por 17 crianças e adolescentes com TEA. Foram avaliadas as habilidades do processamento fonológico, inteligência e nível de suporte do TEA. Método do estudo 2: trata-se de um ensaio clínico não randomizado composto por 8 indivíduos, os quais foram divididos em 2 grupos de 4 participantes - grupo controle (GC) e grupo de intervenção (GI). O GI recebeu 13 sessões de remediação fonológica, com duração de 45 minutos cada. Resultados do estudo 1: observou-se que todas as habilidades do processamento fonológico encontram-se aquém do esperado para a idade e escolaridade da amostra. Além disso, não foi possível encontrar correlações significativas entre processamento fonológico, quociente de inteligência (QI) e nível de suporte do TEA, com exceção da memória de trabalho fonológica - dígitos na ordem inversa. Resultados do estudo 2: as habilidades do processamento fonológico evoluíram no período pós-intervenção. No entanto, na análise inferencial entre grupos, não houve diferenças significativas. Conclusão: Observou-se que as habilidades da linguagem escrita de crianças e adolescentes com TEA encontram-se prejudicadas. Dessa forma, a utilização da remediação fonológica pode apresentar resultados positivos para esta população. No entanto, devido às limitações desta pesquisa, sugere-se que novos estudos sejam realizados, considerando uma amostra maior e uma análise dos impactos da intervenção à longo prazo.