USO DE TECNOLOGIAS NAS HABILIDADES COGNITIVO-LINGUÍSTICAS EM ESCOLARES COM TDAH.
TDAH; EEG; Neurofeedback, linguagem infantil.
Introdução: Com o avanço da tecnologia, o interesse por abordagens não farmacológicas para tratamento de diversos transtornos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tem crescido. Estudos sugerem que técnicas como o Eletroencefalograma (EEG) e o Neurofeedback (NFB) podem auxiliar no diagnóstico e intervenção, respectivamente, com melhora em habilidades cognitivo linguísticas e no desempenho acadêmico. Esta dissertação foi dividida em dois estudos com os seguintes objetivos: Estudo 1. Analisar as características do processamento fonológico de escolares com TDAH e verificar se estas habilidades mostram relações com o funcionamento cerebral de medidas eletrofisiológicas; Estudo 2. Verificar o impacto do treinamento do NFB no desenvolvimento de habilidades cognitivas-linguísticas em crianças com diagnóstico de TDAH. Método: Estudo 1: pesquisa de campo qualitativa, aprovada pelo comitê de ética em pesquisa número 6.483.440. Participaram 10 crianças com diagnóstico prévio de TDAH com idades entre 7 e 14 anos que realizaram avaliação fonoaudiológica do processamento fonológico - consciência fonológica, memória de trabalho fonológica e acesso fonológico ao léxico mental - e de medidas eletrofisiológicas cerebrais (relação teta/beta e pico de alfa); Estudo 2: revisão integrativa da literatura nas bases de dados Medline, Lilacs, Scielo e ERIC; e literatura cinzenta, construída a partir da pergunta de pesquisa “Quais os efeitos do NFB nas habilidades cognitivo-linguísticas de crianças com TDAH?” . Resultados: Estudo 1. os escolares apresentaram desempenho abaixo do esperado nos subtestes de processamento fonológico e medidas eletrofisiológicas, sendo observado relação qualitativa entre o desempenho nas habilidades de processamento fonológico e eletrofisiológico. Estudo 2. seguindo os critérios de elegibilidade, a revisão foi composta por 18 artigos de periódicos internacionais, nos quais observou-se que ainda que haja discussões acerca do uso do NFB como abordagem terapêutica, é visível que este pode contribuir para melhorias em habilidades cognitivo-linguísticas em indivíduos com TDAH. Conclusão: O uso de tecnologias pode ser apresentado como um auxílio no diagnóstico e intervenção do TDAH, porém os estudos precisam avançar quanto à implementação na prática clínica, visto ainda não ser um consenso no meio científico.