Telemonitoramento de pré-escolares com indicadores clínicos de risco para o Transtorno do Espectro do Autismo num contexto de pandemia.
Desenvolvimento Infantil; Desenvolvimento da Linguagem; Transtorno do Espectro Autista; Telemonitoramento.
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento, cujo diagnóstico pode ser realizado a partir do terceiro ano de vida, mas as manifestações clínicas, embora difíceis de discernir, podem ser observadas a partir dos 6 meses de vida. Neste sentido, mesmo sem diagnóstico de autismo,
identificar, monitorar sinais de risco e dar suporte comunicativo aos pais ampliando e otimizando as intenções comunicativas das crianças em situações sociais em um período plástico do desesenvolvimento são fundamentais, especialmente em um cenário histórico de pandemia. Objetivo: Propor um protocolo fonoaudiológico de telemonitoramento para estimulação precoce da linguagem pragmática em pré-escolares com indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil. Método: Trata-se de um estudo de série de casos, observacional, prospectivo, transversal e analítico com amostra constituída por crianças, entre 18 e 44 meses, com indicadores clínicos de risco para o Autismo, cujos pais consentiram o telemonitoramento por um período de três meses no Centro Especializado em Reabilitação III, Instituto Santos Dumont. O estudo foi dividido em três momentos: (1) entrevista estruturada com os pais e avaliação das habilidades pragmáticas das crianças, (2) sessões de teleatendimentos de orientações aos pais baseadas nos resultados obtidos na avaliação, e (3) reavaliação das habilidades pragmáticas. A análise estatística foi conduzida por testes descritivos e inferenciais que comparem o desempenho pré e pós-intervenção. Resultados: Oito crianças encontramse em telemonitoramento semanal via plataforma digital aberta. Na etapa avaliativa préintervenção as crianças apresentaram um perfil. Conclusão: Conclui-se portanto que o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento prevalente nas crianças e está intimamente associado a qualidade na comunicação social e intenção comunicativa, que demandam atenção dos serviços de referência e dos profissionais da área. O investimento em intervenção precoce combate os sintomas e otimiza o prognóstico, diminuindo custos futuros e contribui com a manutenção da qualidade de vida de pais/crianças, bem como promove sua melhor inserção na sociedade.